Assembléia convoca engenheiro que apontou perigo em mais um trecho da linha 4


14/02/2007 18:16

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ex-diretor de engenharia do Metrô, Sérgio Eduardo Fávero Salvadori<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/linha4 sergio.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A notícia de que problemas técnicos foram constatados em mais uma estação da linha 4 fez com que os membros da comissão de representação que investiga o acidente da estação Pinheiros voltassem a questionar os diretores técnicos do Metrô sobre a fiscalização da obra executada pelo Consórcio Via Amarela. Na reunião desta quarta-feira, 14/2, foram aprovadas as convocações de Nelson Augusto Damásio, técnico da empresa Tecnoplani Inspeções, contratada pelo consórcio para fiscalizar trechos da obra, e do engenheiro José Brito, que comentou o laudo de Damásio no Jornal Nacional, da Rede Globo, nesta terça-feira, 13/2.

Como a comissão tem de encerrar sua investigação até 14/3, um dia antes da posse dos deputados eleitos para a nova legislatura, o coordenador Valdomiro Lopes (PSB) aventou a possibilidade de incluir mais uma reunião semanal, além das duas regulares, para ouvir mais depoimentos, especialmente de representantes do Consórcio Via Amarela. Também foram aprovadas na reunião desta quarta-feira as convocações de Osvaldo Mota, do Consórcio Via Amarela, diretor técnico da obra, e de representantes de duas empresas prestadoras de serviços para o consórcio e da Delegacia Regional do Trabalho.

Depoimentos

O ex-diretor de engenharia do Metrô, Sérgio Eduardo Fávero Salvadori, foi o primeiro a depor na reunião desta quarta-feira. Ele informou que deixou o cargo no final de 2006 e, desde janeiro, trabalha na SPTrans. Fávero não quis comentar a matéria do Jornal Nacional, porém se disse supreso pelo fato de o Metrô não haver sido comunicado do resultado da inspeção e tomar conhecimento dele somente pela TV.

A notícia trouxe à tona novos questionamentos dos deputados sobre a limitação do Metrô na fiscalização da construção e sobre a alteração do método de construção depois que o contrato já estava em andamento. Além disso, a eficácia das prospecções geológicas anteriores ao início das obras também foi posta em dúvida. Fávero explicou que os estudos geológicos, realizados por empresas contratadas pelo Metrô, são feitos por amostragem, pois não é possível palmilhar o terreno antes de começar a escavação. "É por isso que à frente da escavação vai um geotécnico para avaliar a condição do terreno", disse. Essa análise geológica é de responsabilidade do construtor.

O ex-diretor de engenharia afirmou que a fiscalização de documentos encaminhados pelo consórcio, além das visitas para avaliação visual, está de acordo com as normas para o caso e que o Metrô efetivamente fiscaliza. Quanto ao método construtivo, Fávero afirmou que a troca do sistema Shield pelo NATM foi adequada pelas condições do solo do local, o que poderia causar o travamento da máquina perfuratriz. Ele também afirmou que, se a Companhia do Metrô não aceitasse a alteração, ela se tornaria co-responsável pela execução do contrato. Caso o travamento ocorresse, o prejuízo teria de ser arcado pelo Metro, e não pelo consórcio.

O relator da comissão, deputado Edmir Chedid (PFL), indagou se o sistema de fiscalização, que pelo contrato fica a cargo da contratada e reduz a participação do contratante, compensa o risco. Fávero afirmou que sim, já que a responsabilidade também é integralmente do consórcio.

Edmir também quis saber se havia proibição de que as empresas que ganhassem a licitação do projeto básico participassem da licitação do projeto executivo. Sérgio Fávero afirmou que há proibição legal. Mas, diante da constatação de que vencedores em um procedimento também ganharam no outro, ele explicou que se tratam de lotes diferentes. Segundo Fávero, como a obra foi dividida em três partes, as licitações de um lote não tiveram relação com as dos outros.

alesp