O elemento novo na obra de Lúcio Bittencourt está mais na emoção do que na dinâmica

Museu da Escultura ao Ar Livre
29/10/2007 15:30

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Lúcio Bittencourt<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/MUSEU MASSARANI  Lucio Bittencourt.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Lúcio Bittencourt, Vaz de Lima, Rita Amadio Ferraro e Emanuel von Lauenstein Massarani<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/MUSEU MASSARANI  COM PRES  243  MAU.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Foi nas obras de Boccioni que, no início do século XX, viu-se pela primeira vez a projeção de formas metálicas brutas, cortantes e agressivas. Hoje essas formas fazem parte do arsenal de alguns artistas brasileiros que como Lúcio Bittencourt utilizam a sucata numa concepção diferente da escultura tradicional.

Do ponto de vista visual, o denominador comum das obras desse artista chama a atenção pela grande diversidade criativa, que incluem, entretanto, uma presença maneirista e barroca.

A sensação espacial que se tem ao observar suas obras está ligada a três reações psicológicas frente o mundo exterior: a surpresa, a ansiedade e a vitalidade. Cada uma destas é uma fonte de intervenções tanto na forma quanto na superfície do material utilizado, constituído na sua maioria de chapas de aço e naturalmente, o aproveitamento de sucata.

Lúcio Bittencourt confere à sua obra equilíbrio e harmonia, seja nas esculturas menores, seja nas de grande porte, mas dando-lhes, em ambas, uma expressão simbólica. Se de um lado transforma em arte o que o mundo de hoje produz de poluição e de resíduos sólidos, de outro é um grito de alerta para o nosso amanhã.

O mundo criativo de Lúcio Bittencourt retorna de maneira diversa à utilização do volume e da massa, incluindo figuração e ornamento, jogo e sonho, agressão e defesa. Mas o elemento novo em suas esculturas não está na dinâmica ou na modificação das formas, mas na emoção.

Na obra O Pássaro, doada ao Museu da Escultura ao Ar Livre pela AFALESP, Associação dos Funcionários da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, por ocasião do seu 60º aniversário de fundação, as tensões da obra apelam fortemente ao instinto do artista que cultiva uma atitude de conscientização sócio ambiental.

O artista

Lucio Bittencourt nasceu em Mogi das Cruzes, em São Paulo, em 1953, Iniciou sua atividade artística ainda criança, trabalhando com raízes e madeiras, antes de descobrir a sucata como matéria prima principal.

De forma e dimensões diferentes seus trabalhos se encontram em museus parques e praças públicas, empresas hotéis, coleções particulares, no Brasil, no exterior e no Museu da Escultura ao Ar Livre nos jardins da Assembléia Legislativa.

Desde 1979 participa de inúmeras mostras individuais e coletivas no Brasil, entre elas: Espaço Cultural do Teatro Paramount; Lúcio Bittencourt 10 anos de escultura, exposição ao ar livre na praça da Caixa Econômica Federal e no vale do Anhangabaú, Individual no Colégio São Luiz, São Paulo; Espaço de Arte São Paulo, Santos; Art Beton, SP (1996, 1997, 1998 e 2000); Clube Paineiras Morumbi, SP (1999, 2001 e 2003); Della Via, Rio de Janeiro; Museu de Jacareí, SP; Capitania das Artes, SP; Bienal do Alto Tietê, Suzano; 45 anos da Inal - Industria de aços laminados, Mogi das Cruzes, SP; "Tradição e Ruptura", Salão da Bienal de São Paulo; Casa da Cultura Mário Quintana, Porto Alegre, RS; Instituto da Cultura Hispânica de Brasília; Instituto Nacional de Arquitetura, La Paz, Bolívia; Museu de Arte Brasileira de Campinas; SP; Museu de Arte da Caixa Econômica Federal, Rio de Janeiro; Museu de Arte Moderna de Goiânia; GO; Museu do Índio de Tupã, SP; Pinacoteca do Estado de São Paulo; Salão de Arte Contemporânea de Santo André, SP e nos Salões de Artes do Embu, Ilha Bela, Matão, Taubaté, Angra dos Reis; Mairiporã, SP.

Participou de diversas exposições no exterior, com destaque no Padrão dos Descobrimentos, Lisboa; Arte Brasil 93, Coimbra, Primavera em Arte - coletiva na Galeria Capitólio, Porto; Expo Arte Luso-Brasileira, Galeão Galeria de Arte, Paredes, Lisboa Portugal; Despertar da América Morena", Cusco, Peru; Galeria Accroche-Moi e Universidade Lumière Lyon 2, Lyo, França; 3º Salão Internacional da Escultura Contemporânea de Paris; Hipódromo de Longchamp (Bois de Bologne) e no Espace Michel Simon, em Noisy le Grand, na França; Sala Brasil, Embaixada do Brasil, Costa Rica; Galeria Acaray, em Ciudad del Este, Paraguai; Instituto Nacional de Arquitetura, La Paz, Bolívia e World Trade Center Gallery, Amsterdã, Holanda.

Seus monumentos encontram-se em praças públicas no Brasil e exterior, seguindo-se: Portugal, Paris, Assis, Osasco, Mogi das Cruzes, Suzano,Jacareí, Rio Claro, Araçariguama, Ourinhos, Tatuí, Ribeirão Pires, Mato Grosso e notadamente no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp