A Comissão de Saúde, presidida pelo deputado Marcos Martins (PT), realizou nesta terça-feira, 13/12, reunião em conjunto com as frentes parlamentares da Saúde, das Santas Casas e dos Hospitais Filantrópicos e de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, para receber o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que veio apresentar o Plano Nacional de Combate ao Crack, lançado pela presidente Dilma Rousseff. Como médico infectologista, Padilha disse que o problema do crack, em todo o país, já pode ser tratado como uma epidemia, haja vista o grande número de usuários, entre adultos, adolescentes ou crianças. Ele ressaltou que o usuário de crack não tem um perfil definido, uma vez que são motivos e comportamentos diferentes que os levam ao vício. As ações de combate previstas no Plano Nacional receberão R$ 500 milhões, afirmou o ministro, lembrando que estas ações serão voltadas ao cuidado e à prevenção. Até 2014 o governo vai implantar 310 consultórios móveis no Estado de São Paulo, que circularão com profissionais numa "busca ativa" de usuários de crack, podendo, inclusive, internar compulsoriamente dependentes químicos em risco de vida. Está prevista a implantação de "enfermarias especializadas" para internações temporárias e especificas para dependentes químicos. O repasse para tratamento por dependente será aumentado de R$ 500 para R$ 1.000 e o número de Centro de Atenção Psicossocial " CAPS, será elevado de 134 para 175, pois são fundamentais para o tratamento contínuo do dependente, que fica sob responsabilidade total do centro. Para o ministro, a "alma dos serviços de saúde" é seu quadro de profissionais e, por isso, o objetivo, até 2014, é formar mais 350 mil auxiliares de enfermagem. Na rede SUS está prevista a qualificação dos profissionais e a ampliação do quadro de médicos. Em conjunto com o Ministério da Educação, o Ministério da Saúde lançou programa que prevê estímulos a profissionais da saúde recém-formados que optarem por atuar em ações básicas de saúde. Padilha assegurou que qualquer ação de combate às drogas tem de ser multiprofissional e integrada, envolvendo governos estaduais e municipais. Tabela SUS Itamar Borges (PMDB), coordenador da Frente Parlamentar das Santas Casas e dos Hospitais Filantrópicos, pediu ao ministro o reajuste da tabela SUS para minimizar as dificuldades que as instituições enfrentam. Ele solicitou reuniões para debater o tema no próximo ano. O coordenador da Frente da Saúde, Carlão Pignatari (PSDB), reforçou a proposta de reajuste na tabela SUS, para que os hospitais não fiquem a mendigar dinheiro para atender os pacientes. Donisete Braga (PT), que coordena a Frente Parlamentar de Enfretamento ao Crack e outras Drogas, agradeceu ao ministro Padilha pela explanação do programa. Disse que a frente tem a empatia de todos os parlamentares da Casa e do governo do Estado. Participaram da reunião os deputados Carlos Bezerra, Celso Giglio e Pedro Tobias, do PSDB; Jooji Hato, PMDB; Luiz Carlos Gondim, PPS; Alencar Santana, Zico Prado, Hamilton Pereira, Edinho Silva, Gerson Bittencourt, Antonio Mentor, Ana do Carmo e Telma de Souza, do PT; Ulisses Tassinari, PV; Heroilma Tavares, PTB; Orlando Bolçone, PSB e Leci Brandão, do PCdoB. O ministro Alexandre Padilha foi também homenageado pelos líderes partidários no Plenário da Casa, no término da sessão ordinária desta terça-feira, 13/11. O líder petista, Enio Tatto, destacou que esta era a terceira vez no ano de 2011 que o ministro vinha à Assembleia, "fato inédito nesta Casa". Os parlamentares foram unânimes em manifestar reconhecimento à boa gestão que Padilha faz à frente do Ministério da Saúde, e a garantir seu apoio ao combate ao crack e outras drogas. Por sua vez, Padilha agradeceu o acolhimento e elogiou as frentes parlamentares que, na Assembleia, dedicam-se a combater o crack e outras drogas e a defender a Saúde como bem público. Padilha também referiu-se à audiência em que apresentou o Plano Nacional de Combate ao Crack e outras Drogas aos parlamentares: "Os deputados ajudaram na reunião a aprimorar o Plano. Este é um tema que nos une acima de coloração partidária, pois colocamos em primeiro lugar a defesa da vida dos jovens paulistas. Juntos temos condições de vencer esta luta", finalizou.