Os brasileiros confiam no presidente Luiz Inácio Lula da Silva e em seu governo porque o País está encontrado o seu rumo. Pesquisa do Datafolha, realizada no final de agosto passado, mostra que 45% dos brasileiros consideram o desempenho do governo Lula ótimo ou bom. Outros 42% dizem que seu governo é regular e apenas 10% classificam-no de péssimo.

Para efeito de comparação, nos oito primeiros meses de mandato de Fernando Henrique Cardoso, em 1995, o seu governo registrava 39% de ótimo e bom. Naquela época, o governo tucano navegava na euforia do recém-implantado Plano Real, em que havia estabilidade econômica e o real estava equiparado ao dólar.

O que mais me chamou a atenção na pesquisa é que os assalariados - com ou sem carteira assinada -, ao lado dos aposentados, estão entre os que mais aprovam o governo Lula: 50% consideram seu governo ótimo e bom.

Creio que essa aceitação recorde deve-se, em parte, à ousadia do governo Lula em começar a reformar o País pela Previdência Social. Enfrentando resistências e lobbies poderosos, essa reforma foi aprovada na Câmara Federal, presidida pelo nosso companheiro João Paulo Cunha.

Palavras do presidente Lula sobre a reforma da Previdência: "Tratamos de proteger as pessoas que ganham menos. Agora, eu posso olhar no rosto do meu neto e dizer que ele, daqui a 30 ou 40 anos, terá um sistema que lhe garantirá uma aposentadoria segura e que o Estado terá dinheiro para lhe pagar."

A pesquisa, no entanto, não captou outra vitória de nosso governo: a aprovação da reforma tributária, na Câmara Federal, cuja finalidade é desonerar a produção, redistribuir o dinheiro público e retomar o crescimento econômico.

Outros fatores também contribuem para a crença dos brasileiros em que o País está acertando o passo. A queda da taxa de juros, essencial para nosso crescimento econômico, é um deles. Tenho convicção de que fecharemos o ano com a taxa de juros bem abaixo dos 20 pontos. Hoje está em 22 pontos.

As condições para baixar a taxa de juros foram precedidas por outro grande desafio vencido pelo governo Lula: controlar a inflação. A soma desses fatores - queda nos juros e controle da inflação - fez com que os investidores voltassem a confiar no Brasil, como demonstram as operações na Bovespa. De janeiro a agosto as compras de ações superaram as vendas em R$ 3,4 bilhões, o melhor saldo já registrado na Bolsa de Valores.

Outras boas notícias também contribuem para a alta aceitação do governo Lula. O superávit recorde da balança comercial (US$ 2,674 bilhões) de agosto, devido à queda das importações e ao aumento das exportações, é um deles. Outro, em menor escala, mas de forte impacto para os assalariados, é a redução do preço de 150 remédios de grande consumo, alguns dos quais em até 50% de seu custo.

Sem solavancos na economia, de um lado, e fazendo reformas imprescindíveis para retomar o crescimento econômico, de outro, a Nação sente que o atual governo federal tem comando, está no rumo certo e veio para fazer as mudanças prometidas na vitoriosa campanha eleitoral Lula.

Emidio de Souza (PT) é deputado estadual e 1º secretário da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp)