O Legislativo Paulista - Os deputados do Império - da 1ª a 11ª Legislatura


19/07/2002 14:00

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DA REDAÇÃO

Durante o período imperial ocorreram 28 eleições para deputados na Província de São Paulo, sempre elegendo 36 nomes. Muitos deputados do Império são conhecidos em nossos dias apenas como nomes de ruas ou de cidades. Como curiosidade vamos destacar esses deputados na pequena análise que se segue.

A primeira eleição do período imperial foi realizada em 1834, mas foi anulada. Os dois deputados mais votados receberam 64 votos e os três menos votados receberam, cada um, 26 votos.

A 1ª Legislatura

A eleição de 1835, para o período de 1835 a 1837, teve um número maior de eleitores. O deputado mais votado foi Antônio Mariano de Azevedo Marques, com 463 votos. O eleito menos votado, Francisco Álvares Machado de Vasconcellos, recebeu 184 votos. Essa eleição foi considerada a 1ª Legislatura já que a anterior foi anulada. Uma curiosidade dessa eleição é que um barão, o barão de Antonina, João da Silva Machado, se elegeu, com 431 votos. Nomes como Antonio Paes de Barros, Monteiro de Barros, Pires da Mota, Monteiro de Barros e Amaral Gurgel (que dão nome a várias ruas de São Paulo), e ainda Gavião Peixoto (hoje nome de cidade) estavam nas duas listas, tanto na da eleição de 1834 quanto na de 1835. Aliás, vários dos eleitos em 1835 haviam sido eleitos também na votação anulada do ano anterior. Diversos desses nomes figuraram durante anos nas listas dos deputados eleitos e também nas dos suplentes.

Ex-presidente da Província

A 2ª Legislatura da época do Império, para os anos de 1838 e 1839, teve como deputado mais votado, com 400 votos, José de Almeida Leme. O deputado menos votado, Manoel Dias de Toledo, recebeu 209 votos, ficando apenas dois votos à frente do primeiro suplente, Joaquim Fernando da Fonseca.

A legislatura seguinte, de 1840 a 1841, a 3ª, teve como deputado mais votado, Joaquim Octávio Nébias, com 354 votos. Um dos mais votados tanto em 1838 quanto em 1840 foi Raphael Tobias de Aguiar, presidente da Província de São Paulo quando da 1ª Legislatura.

Na 4ª Legislatura, de 1842 a 1843, Raphael Tobias de Aguiar foi o deputado mais votado, com 544 votos. Antônio Joaquim da Silva Cutrim foi o menos votado, com 304 votos. A 5ª, de 1844 a 1845, Legislatura trouxe como deputado mais votado, com 545 votos, Joaquim José de Moraes e Abreu, e a 6ª, 1846/1847, novamente, Raphael Tobias de Aguiar, com 778 votos.

O mesmo Tobias de Aguiar foi o mais votado também na 7ª Legislatura, 1848/1849, na qual obteve a preferência de 479 eleitores.

Mais barões e Tobias de Aguiar na suplência

A 8ª Legislatura, para os anos de 1850 e 1851, elegeu mais um barão, o de Piratininga, Antônio Joaquim da Rosa, e mais um deputado que é reconhecido hoje, por muitos, como nome de rua: Silva Bueno. O mais votado, com 393 votos, foi José Antônio Vaz de Carvalhaes, e o menos votado, com 322, foi Bento José de Andrade e Silva.

A legislatura que compreendeu os anos de 1852 e 1853, a 9ª, reelegeu novamente o Barão de Piratininga, Antônio Joaquim da Rosa. O mais votado foi José Manoel da Silva, com 446 votos. O deputado que obteve o menor número de votos foi Joaquim José Pacheco, com 322 votos.

Três barões foram eleitos para a 10ª Legislatura, para os anos de 1854 e 1855: Amador Rodrigues de Lacerda Jordão, o barão de São João do Rio Claro; José Manoel da Silva, o barão do Tietê; e, novamente reeleito Antonio Joaquim da Rosa, o barão de Piratininga. Diogo de Mendonça Pinto foi o mais votado, com 541 votos. O deputado eleito com o menor número de votos foi Francisco Honorato de Moura, que obteve 311 votos.

Mais um barão foi eleito na legislatura seguinte, a 11ª: o barão de Guaratinguetá, Francisco de Assis de Oliveira Borges, com 322 votos. Foram reeleitos os barões de São João do Rio Claro, com 469 votos, o de Piratininga, com 440 votos, e o do Tietê, com 525 votos. Um outro barão ficou como suplente: Joaquim Egydio de Souza Aranha, o barão de Três Rios. Uma curiosidade dessa legislatura foi a eleição de pai e filho: Antônio de Queiroz Telles (hoje nome de escola da rede estadual de ensino no bairro da Mooca) e Antônio de Queiroz Telles Júnior. Ambos já haviam sido eleitos alternadamente em legislaturas anteriores. Com 482 votos o deputado mais votado foi Joaquim Octávio Nébias, e com 297 votos foi eleito o menos votado, Manoel Eufrásio de Toledo. A diferença entre o último na lista dos eleitos e o primeiro suplente, Prudêncio Geraldes Tavares da Veiga Cabral, novamente foi pequena, apenas quatro votos.

Outra curiosidade é que Raphael Tobias de Aguiar, eleito seguidamente entre os mais votados, depois de ter sido presidente da Província de São Paulo quando da instalação da Assembléia, em 1835, passou a não mais ser eleito, ficando como suplente da 8ª a 11ª Legislatura.

A partir da 12ª Legislatura as eleições passaram a ser distritais.

Fonte: Legislativo Paulista: Parlamentares, 1835-1999

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