O informal na aquarela de Stela Gautier: expansão lírica da emoção artística

Emanuel von Lauenstein Massarani
23/08/2004 14:00

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Stela Gautier<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Stela Gautier.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Liberando toda a sua fantasia, Stela Gautier corresponde, com sensibilidade e entusiasmo, ao convite que a aquarela lhe oferece e que a coloca frente a uma estimulante problemática expressiva. Os resultados são, sem dúvida, dignos de atenção, tanto pelos êxitos alcançados quanto pelos desenvolvimentos que podem derivar de uma profunda pesquisa operativa.

O dado mais significativo que emerge de suas atuais aquarelas é a incidência da cor. A possibilidade de superposição e de transparência consente um efeito singular sobre o tecido cromático, além de uma expansão luminosa que inunda a superfície de vibrantes e agradáveis acordes monocromáticos. Evidentemente, a técnica de aquarela não permite arrependimentos nem retomadas, deve ser agradavelmente mental e preventiva como no caso do projeto.

Stela Gautier usa um procedimento especial acoplando manchas de cores aquareladas, timbres e um certo grafismo. Em função de uma expansão lírica da emoção artística, ela obtém um resultado pictórico de maneira informal, mas com tranparências, luminosidades, filtros e misturas de zonas gradualmente coloridas.

Do debate entre luz e cor, além da presença de tons diferenciados, emergem as diversas notas construtivas que organizam sua obra, a constroem e a elaboram. A cor adquire sons e vibrações, enquanto a profundidade ganha em calor e se apresenta como contraponto da estrutura cromo-luminística.

Na obra "Uma Cor no Tempo nº 6", doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, Stela Gautier expressa sua profunda sensibilidade com aguda pesquisa psicológica onde traça, longe de qualquer acessório decorativo, linhas essenciais e incisivas.

A Artista

Stela Gautier, pseudônimo artístico de Maria Stela Prósperi Leite Gautier, nasceu em Cabo Verde, Minas Gerais, em 1948. Vive e trabalha em São Paulo ha 27 anos.

Formou-se em Pedagogia pela Faculdade Municipal de Filosofia, Ciências e Letras de Poços de Caldas (1971) e realizou sua pós-graduação "Latu Sensu" em artes plásticas, pintura em aquarela na Faculdade Santa Marcelina de São Paulo (2000 /2001).

Freqüentou a Oficina de Criatividade no Mube de São Paulo, sob a orientação da artista plástica Vera Martins (1999), e os cursos de pintura com o artista plástico Elon Brasil, (1999), desenho com modelo vivo, com Antônio Valentim de O. Lino (1999), história da arte, com o artista plástico Rubens Matuk, (2001/2003).

Integrou o Núcleo de Aquarelistas da FASM (2002/2003) e foi pesquisadora do Núcleo de Pesquisas Gráficas e Pictóricas sob a coordenação do professor Ermelindo Nardin, na Faculdade Santa Marcelina (2003/ 2004).

Participou de várias exposições, dentre eles destacam - se : "A seda e suas transparências", Fundação Mokiti Okada, SP, (1995); "Arte Abstrata", Espaço Cultural Prodan (2002); "Aquarela", Espaço Cultural HSBC, (2002); Espaço Eugenie Vilien, (2002). "Arte Contemporânea", Espaço Cultural Santa Marcelina (2003); Primeira Quadrienal de Aquarela, SP, (2003); "Água Cor" no Espaço Cultural Banco Central, São Paulo, (2004).

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