Feita de verdade e poesia, a pintura de Yole Travassos explode com todo o seu lirismo

Emanuel von Lauenstein Massarani
03/10/2003 14:00

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Obra Arrastão<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Yole Travassos Arrastao.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Yole Travassos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Yole Travassos.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Obra Chuva<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Yole Travassos Chuva.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Mais conhecida por sua imensa obra escultórica do que por sua pintura, emerge sobre Yole Travassos uma precisa constatação, isto é, o domínio que ela possui sobre o traço. Seu desenho é sempre eficaz. Tanto é verdade que também a reprodução em preto e branco de qualquer de suas composições figurativas nos impressiona sugestivamente.

Ao admirar as pinturas de Yole Travassos devemos considerar preliminarmente o componente técnico. A artista opera na pintura com técnica mista, usando óleo ou aquarela, nanquim e betume, segmentando a textura em alguns casos com pequenos golpes, o que provoca de imediato um resultado singular, de meios tons ao mesmo tempo suaves e matéricos. Em sua obra predomina a grande pureza de linhas e de cores.

A cor parece quase um complemento da linha, uma tentativa de quebrar o traço forte, seguro de si, fundindo os contornos e os volumes. E sua cor, uma pesquisa dentro da própria pesquisa.

Cenas e paisagens constituem harmoniosas composições nas quais se destaca uma relação de proporções de tons que atestam a busca contínua, até mesmo exasperada, com um certo virtuosismo, muitas vezes medido e criativo mas com atitude bem contemporânea.

Seus personagens parecem se destacar em toda a sua policromia, são humanos, feitos de vitalidade e, ao uníssono, dançam a mais bela e suave melodia da existência do humano. Eles penetram vivos no espectador e dele fazem parte. É a vida do quotidiano que explode com todo o seu lirismo.

As obras " Arrastão " e "Chuva ", doadas ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho e datadas dos anos 70, são eloquases documentos nos quais o espírito vagueia em recordações de cenas vividas e encontram espaço num mundo real: o todo envolvido por cores que se amalgamam numa atmosfera envolvente. Trata-se, pois, de uma pintura feita de verdade e poesia cuja mensagem permanecerá válida através dos tempos.

A Artista

Yole Travassos nasceu em São Paulo, no ano de 1932. Iniciou seus estudos na Associação Paulista de Belas-Artes, em 1965, ampliados com uma extensão acadêmica na FAAP, entre 1973 e 1976. No mesmo período, freqüentou ateliers de renomados artistas. Sua obra dividi-se em duas fases básicas: pintura e escultura.

A pintura foi, entretanto, o início de sua vida artística, embora sob influência acadêmica. De 1967 à 1977, participou de inúmeras exposições, recebeu prêmios, teve obras em exposições no exterior e também foi membro da Comissão de Seleção e Premiação de inúmeros eventos, entre eles: Salão Paulista de Belas Artes, São Paulo, (1971 à 1974); XIII Salão Oficial de Belas Artes de Santos, (1976); V Salão da Primavera da Associação Paulista de Belas Artes (1973); Galeria Contraste, (1974); Galeria Contorno, São Paulo, (1975); "Arte e Pensamento Ecológico" - Câmara Municipal de São Paulo, (1976); Galeria Emy Bomfim e Galeria de Arte Centro Americana, (1976); Galerie Crozier - Art Contemporaine International, Lyon, França (1974 e 1975); International Arts Guild - Palais de La Scala, Monte Carlo, Mônaco; Museo de Arte Alvar Y Cármen T. de Carrillo Gil, México.

Há mais de 20 anos dedica-se à escultura. No Brasil, participou de várias exposições individuais, entre as quais merecem destaque: MAC de Americana (1982); Universidade Federal de Viçosa (1984); Museu de Arte da Bahia (1985); Galeria Arte Assinada, RJ (1987); Skultura Galeria de Arte (1990); Centro Cultural de São Bernardo do Campo (1995).

Entre as exposições coletivas, destacam-se: MASP, 100 anos de Escultura no Brasil (1982); MAC de Campinas (1987); 2ª Bienal de Arte Mística, Governador Valadares, MG (1988); First Exhibition of Brasilian Contemporary Art, Artis Hisson Convention Center, USA (1986); Brazilian American Cultural Institute, Washington DC (1989); Internacional Museum of 20th Century Arts, USA (1990); Mirandas Galleries, Laguna Beach, USA; Corel Gables Art Gallery, Flórida, USA (1991); Academia Internacionale D'Art Moderna, Roma (1992).

Recebeu vários prêmios, entre eles: Medalha de Ouro, I Salão Nacional de Artes Plásticas de Leme, São Paulo (1979); Prêmio de Aquisição e Menção Especial, 2ª Bienal Nacional de Arte Mística, Governador Valadares, MG (1988).

Possui obras em coleções oficiais e particulares, com destaque: Câmara Municipal de São Bernardo do Campo, SP; Museu Municipal de Getulina, SP; MAC de Americana, SP; MASP Museu de Arte de São Paulo; Museu da Arte Latino-Americana de Los Angeles, EUA; Museu da Escultura ao Ar Livre, nos Jardins da Assembléia Legislativa de São Paulo e no Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho; Museu Nacional de Belas Artes de Santiago do Chile, além de Acervos dos Estados Unidos, França, Alemanha, Dinamarca, Japão, Canadá, Argentina, Venezuela, Filipinas, Portugal, Áustria e Holanda.

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