Museu de Arte - Walter Saiani

O "neo-realismo pop" de Walter Saiani busca provocar abstrações que façam pensar
13/04/2011 14:00

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Walter Saiani é um típico artista da civilização de nosso tempo que sente a arte como revelação, como mensagem e, portanto, como verdadeira poesia. O que atrai em sua obra é a carga de "conteúdos": as texturas prensadas, os símbolos e os sinais, que não se transformaram em estilismo.

Aliás, tanto o sinal quanto as texturas prensadas tiveram a razão de viver como presença ativa, como revelação. Tal riqueza de conteúdos se traduz numa temática fundamental, sempre presente em suas obras: o entusiasmo pela vida.

O artista decidiu combinar o abstrato com gamas de cores, fragmentos de escrita e pinceladas diferenciadas, lançadas de maneira a se transformarem em paisagens ou cenários, não esquecendo a colagem de toda sorte de tecidos, papéis, madeiras e cordões.

Mesmo destruindo e reconstruindo constantemente as formas para libertá-las do aspecto puramente visual, Walter Saiani explora o gesto e a cor, a luz e a sombra, a ordem e o caos, perto e longe. Como o próprio artista afirma, ele busca provocar abstrações que façam pensar, como alguém que, com um simples pedaço de arame, pudesse mudar o mundo.

As obras de Walter Saiani são produto de uma série de metamorfoses que se aproximam da nossa inquieta curiosidade, o mesmo misterioso poder de atração que exercem sobre nós os objetos mágicos pré-históricos. A diferença está nos objetos atuais que são revelados pela arqueologia industrial de nossos dias.

A obra "Brasil 500", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, é reveladora da contribuição do artista ao neo-realismo pop e constitui uma atitude épica do efêmero no caminho do resgate estético, símbolo de rejeição dos resíduos deixados pelo consumismo.



O Artista



Walter Saiani nasceu em São Paulo em 1947. Sua primeira participação artística foi aos 10 anos de idade em um concurso de arte infantil promovido pela Prefeitura de São Paulo, onde recebeu o primeiro prêmio pelo desenho "Abolição da Escravatura".

Sua formação profissional está voltada para o desenho tecnológico, trabalhou alguns anos na indústria automobilística e aeronáutica como desenhista industrial. Na década de 80, teve a oportunidade de trabalhar ao lado de dois notáveis artistas: Elifas Andreatos e Tide Hellmeister.

Os trabalhos de maior destaque foram: Praça Antônio Prado - centro velho de São Paulo (1985); Cenário do Programa Som Brasil da TV Globo, São Paulo; Cenário e Figurinos do Especial da Rede Globo "A Canção de Todas as Crianças" (1986); Projeto Banespa Rio e outros (1988).

A partir de 1990, retornou à pintura e participou de vários salões e exposições de arte, como: Academia Brasileira de Arte e Cultura e História, São Paulo (1990 e 1991); Salão de Arte Contemporânea de Artes Raras (1991 e 1992); Salão de Arte Contemporânea de Santo André; Galeria Portal, São Paulo; Bienal de Santos (1992); Salão de Arte Contemporânea de Jundiaí (1993); Museu da Imagem e do Som, São Paulo (1994); Inauguração da Casa Suvinil, São Paulo (1997); Salão da Arte Contemporânea Brasileira (1997 e 1999); "Espetáculo Girasonhos" - SESC Vila Mariana - São Paulo (1999); Galeria Mali Vilas Boas, São Paulo (2000); Espaço Cultural Meliá Confort; Espaço Cultural Sofitel (2002); III Salão da Arte Contemporânea Brasileira, São Paulo (2003).

Suas obras encontram-se em diversa coleções particulares e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

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