Entidade de mulheres discute meio ambiente


09/04/2007 18:38

Compartilhar:

Nogueira Neto <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Liga - Paulo Nogueira Neto.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Liname " Liga Nacional das Mulheres Eleitoras " realizou na última segunda-feira, 2/4, no auditório Franco Montoro, um evento que reuniu especialistas em meio ambiente, principal preocupação e tema da entidade neste ano. A presidente da Liname, Adelina Silveira Alcântara Machado, convidou para abrir o encontro o ecologista Paulo Nogueira Neto, que falou sobre as mudanças climáticas e o rápido aquecimento global provocado pela ação humana.

Durante o evento promovido pela Liname, o ecologista Nogueira Neto disse que, a continuar o atual ritmo de aquecimento, a Terra terá sua temperatura média elevada em 2 graus Celsius (ºC) em apenas 50 anos. O cientista esclareceu que o revezamento entre períodos glaciais e interglaciais é comum desde milhões de anos atrás, mas que a diferença de 5ºC entre um período e o outro demora milhares de anos para acontecer, o que dá tempo para a natureza se preparar e as florestas se aproximarem ou se afastarem do Equador, conforme a temperatura. Com a velocidade com que a temperatura vem aumentando, entretanto, as florestas (e a agricultura em geral) não terão tempo de acompanhar o clima e o ecossistema estará fortemente prejudicado, gerando crises na agricultura e promovendo a fome, entre outras mazelas.

Nogueira Neto informou ainda que um estudo das Nações Unidas estimou que, para erradicar a pobreza extrema no mundo (e a miséria é uma grande geradora de desequilíbrio ecológico), seriam suficientes US$ 250 bilhões de dólares por ano durante 20 anos. Mas que o mundo gastou em armamentos, durante a Guerra Fria, US$ 1 trilhão e, mais recentemente, na Guerra do Iraque, US$ 500 bilhões, quatro e duas vezes mais, respectivamente, que o montante necessário para erradicar a pobreza.

Para finalizar, o cientista alertou para a urgência das medidas a serem tomadas e para o fato de que o protocolo de Quioto já está ultrapassado como padrão, por estar muito aquém das atuais necessidades, pois a degradação climática é muito rápida.

Os oradores que se seguiram apoiaram a fala do cientista, mas discordaram quanto ao tom um pouco determinista que adotou. Alda Marcoantonio disse confiar na ação dos homens para conter a escalada de degradação do clima e foi aplaudida pelo otimismo que tentou passar ao público.

O evento teve ainda a participação da publicitária Rose Saldiva, da Saldiva e Alcântara Machado, e de Paulo Maluhy, da Oca Brasil, entre outros, que reforçaram a necessidade urgente da ação humana para tentar refrear as constantes agressões ao meio ambiente e construir um mundo em que a sustentabilidade seja a política a ser seguida.

alesp