O Legislativo paulista e o governo de Getúlio - parte V

Um retrato do país sob Getúlio Vargas (com fotos)
21/08/2002 16:47

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DA REDAÇÃO*

Getúlio Vargas retorna à vida pública em 1950. Dutra é eleito presidente e Getúlio senador pelo Rio Grande do Sul e São Paulo e deputado federal pelo Distrito Federal, além de mais seis estados. Opta pelo cargo de senador, opondo-se ao governo Dutra. Em 1950, lança-se à Presidência juntamente, com Café Filho, pelo PTB e pelo Partido Social Progressista (PSP). Pelo voto direto e secreto, foi eleito novamente presidente da República, assumindo o poder em 31 de janeiro de 1951. Desde o início do seu mandato sofreu forte oposição, sem conseguir o apoio que precisava para realizar reformas.

As dificuldades econômicas pelas quais passava o país não permitiram que o seu governo transcorresse tranqüilamente. Getúlio procurou defender, no final do seu mandato, uma política de cunho nacionalista, voltada para a defesa das riquezas do país e de menor dependência estrangeira.

Inicia a campanha de nacionalização do petróleo com o slogan "o petróleo é nosso", que culminaria com a criação da PETROBRAS, em 1953. A empresa ficou com o monopólio de perfuração e do refino, enquanto a distribuição do produto permaneceria na mão de particulares.

Atritos e oposição

Neste período, Vargas entra em constantes atritos com empresas estrangeiras acusadas de enviar excessivas remessas de lucro ao exterior. Em 1952, um decreto institui um limite de 10% para tais remessas.

Em 1953 João Goulart é nomeado para o Ministério do Trabalho, com o objetivo de criar uma política trabalhista que aproxime os trabalhadores do governo, aventando-se a possibilidade do aumento do salário-mínimo em 100%. A campanha contra o governo volta-se então contra Goulart.

Jango causa profundo descontentamento entre os militares que, em 8 de fevereiro de 1954, entregam um manifesto ao Ministério da Guerra, o Manifesto dos Coronéis. Getúlio pressionado e procurando conciliar os ânimos, aceita demitir João Goulart.

Os ânimos se acirram contra Getúlio, que procura mais do que nunca amparar-se nos trabalhadores. Em 1º de maio de 1954 concede aumento de 100% no salário-mínimo. A oposição no Congresso entra com um pedido de impeachment, porém sem sucesso.

Crime da rua Toneleiros e suicídio

A imprensa conservadora e particularmente o jornal Tribuna da Imprensa, de Carlos Lacerda, iniciam uma violenta campanha contra o governo. Em 5 de agosto de 1954, Lacerda sofre um atentado, que mata o major-aviador Rubens Florentino Vaz. O incidente tem amplas repercussões e resulta numa grave crise política. As investigações demonstram o envolvimento de Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal de Getúlio. Fortunato acaba sendo preso. A crise culmina com o crime, que fica conhecido como crime da Rua Toneleiros.

O crime faz crescer ainda mais a reação contra Vargas e os oficiais generais exigem o seu afastamento. A pressão da oposição torna-se cada vez mais intensa no Congresso e nos meios militares. Exige-se a renúncia de Vargas. Na madrugada de 23 para 24 de agosto, Getúlio tenta promover uma reunião especial do Ministério, mas chega-lhe a notícia de que os oficiais mostram-se irreduzíveis e exigem a sua renúncia.

Incapaz de controlar a situação, Getúlio suicida-se na madrugada de 24 de agosto de 1954, com um tiro no coração.

*Fonte - sites: www.culturabrasil.pro.br - texto do professor Lauryston Gomes Pereira Guerra; e www.psg.com

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