Projeto para combater venda de anabolizantes


06/02/2009 15:40

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Todos os estabelecimentos que comercializam suplementos nutricionais terão obrigatoriamente que contar com a assistência de um nutricionista responsável. O objetivo é combater a venda de anabolizantes e produtos que, consumidos em excesso, possam trazer danos à saúde dos esportistas.

A proposta é do líder do Democratas, deputado Estevam Galvão. "A assistência técnica visa a orientar e definir os padrões de recomendação de dosagem dos suplementos nutricionais que estão no mercado", explica o deputado.

A solicitação do projeto partiu da Associação Brasileira de Estudos e Combate ao Doping. "Em 2007, o Brasil entrou para a lista como líder na América Latina no controle positivo de doping. Foram mais de 30 atletas de diversas modalidades esportivas, tendo se iniciado na prática pelo uso de produtos de suplementos vitamínicos por falta de orientação precisa de um nutricionista", afirma Galvão.

No último dia 4/2, o Diário Oficial do Executivo abordou o risco do uso de anabolizantes e consumo excessivo dos suplementos nutricionais pelos atletas, a partir de informações da Secretaria Estadual de Saúde. Pesquisas do Instituto Adolfo Lutz mostram que o anabolizante, produto ilegal que traz sérios riscos à saúde, está presente em 25% dos suplementos comercializados.

"Um em cada quatro suplementos vitamínicos direcionados a atletas camuflam presença de esteróides anabolizantes proibidos no Brasil. O relatório do Adolfo Lutz aponta a análise de 111 amostras do produto", diz a matéria assinada pela Agência Imprensa Oficial.

Os suplementos eram vendidos em academias de ginástica da capital e do interior e foram apreendidos pela polícia e serviços de vigilância sanitária locais em 2007. O levantamento também apontou que 85,6% dos suplementos não apresentavam informações de procedência. Nas demais amostras, 5,4% eram nacionais e 9% importados.

A orientação é para que o atleta desconfie de propaganda de suplemento que promete a hipertrofia muscular. Para o deputado, o projeto contribuirá muito para a orientação dos consumidores, evitando danos à saúde. "O nutricionista possui conhecimento específico sobre o assunto, portanto, está apto a prescrever, quando necessário, suplementos nutricionais para a complementação da dieta", afirma Galvão.

De acordo com o Projeto de Lei, caberá ao Poder Executivo a fiscalização e controle desses estabelecimentos. O descumprimento da lei sujeita o estabelecimento a multa diária de 10 vezes o valor da Unidade Fiscal do Estado de São Paulo (UFESP).

De acordo com especialistas do Adolfo Lutz, a ingestão de anabolizantes sem orientação médica pode causar acnes, oscilação de humor, irritabilidade, agressividade, hipertensão arterial, esterilidade, insônia, dor de cabeça, aumento do colesterol ruim, problemas cardíacos, câncer hepático e distúrbios testiculares e menstruais. Impotência sexual, calvície e desenvolvimento de mamas são alguns efeitos constatados nos homens. Nas mulheres pode haver crescimento indevido de pelos, engrossamento da voz e alteração menstrual.

egalvao@al.sp.gov.br

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