DA REDAÇÃOEntre os 94 parlamentares que compõem a Assembléia Legislativa de São Paulo, apenas 10 são mulheres. Ainda assim, é o maior número já alcançado no parlamento paulista.Outras casas legislativas têm representação feminina proporcionalmente maior que a de São Paulo, justamente o Estado em que foi fundado o primeiro Conselho Estadual da Condição Feminina. Por que isso ocorre? Essa questão poderá ter resposta durante a Semana da Mulher, evento que terá início no dia 1º e deve ser encerrado dia 8 de março, com uma solenidade que marcará o Dia Internacional da Mulher.Durante a semana, palestras diárias debaterão temas como saúde da mulher, violência contra a mulher, trabalho, instrução, expectativa de vida, maternidade etc. Porém, mais importante dos assuntos, a semana vai abordar a mulher como um ser social, com diversos perfis, como o de representante política.Iniciativa inédita em São Paulo, pela primeira vez as 10 deputadas estaduais reuniram-se para estudar iniciativas parlamentares conjuntas que visem a estabelecer políticas públicas voltadas para a mulher paulista, a começar pela semana de atividades, continuando com um levantamento dos projetos que tratam do assunto em tramitação na Casa.Saindo do casuloA deputada Maria Almeida (PFL) revela que tem um forte desejo de fazer eventos reunindo mulheres de todas as camadas sociais, a fim de criar um sentimento de unidade, solidariedade e consciência: "As mulheres são capazes, só precisam sair do casulo. Acredito no potencial do ser humano!", diz.Elas pretendem dar fim a tabus e comportamentos recorrentes que revelam em grande medida atitudes conformistas com a condição imposta à mulher, como a constatação de que mulheres não votam em mulher, ou mulheres que consideram não serem aptas a exercerem determinadas profissões. "Nunca se conseguiu uma ação entre deputadas, antes porque havia só duas, depois havia três, o número era muito pequeno... hoje o número é maior, somos dez. Mas o número não é o que importa", diz a deputada Célia Leão (PSDB), lembrando que o trabalho conjunto deve obter bons resultados, independentemente da atuação individual de cada uma das parlamentares.Analice Fenandes (PSDB) e Havanir Nimtz (PRONA) tendem a abordar assuntos relacionados à saúde da mulher, e Rosmary Corrêa (PSDB) deve trabalhar o tema da violência. Mas, fora a formação de cada uma delas e sua área de atuação, todas concordam que é preciso dar início a ações mais eficientes de defesa dos direitos femininos.Condição Feminina em debateA Assembléia de São Paulo deve participar ainda de outro evento: em 4 de março, o Conselho Estadual da Condição Feminina faz 21 anos, e as deputadas devem promover solenidade alusiva à data, com a presença de figuras importantes que fundaram ou impulsionaram o movimento por direitos da mulher no país.A semana de eventos trará palestras e atividades no Auditório Franco Montoro, sempre na parte da manhã, de 1º a 5 de março, encerrando-se com uma Sessão Solene, dia 8, às 10h, no Plenário Juscelino Kubitschek.