"Anchieta, o Apóstolo de São Paulo", uma obra de Maurício Takiguthi para o Papa João Paulo II

A obra será enviada para Roma numa homenagem do Parlamento paulista ao pontífice
23/01/2004 19:18

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Obra  Anchieta, o Apóstolo de São Paulo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/quadro anchieta 3.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Obra Anchieta, o Apóstolo de São Paulo,  Emanuel von Lauenstein Massarani e Mauricio Takiguthi <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/entrega anchieta.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Emanuel von Lauenstein Massarani

A arte de Mauricio Takiguthi parece estar sintetizada numa frase de Gauguin: "No homem como no pintor cada coisa é um exemplo". E a realidade é de fato o exemplo pelo qual o artista alcança a matéria para poder criar depois as obras das quais ele próprio transparece: elas constituem o mais perfeito exemplo de uma estética clássica, embora contemporânea.

Sua pintura possui um íntimo sabor espiritual e alcança um perfeito equilíbrio entre os internos valores humanos e aqueles plásticos da expressão. Criando um estilo totalmente original e um gosto refinado do retrato, o artista sabe amadurecer o instintivo sentido da cor, disciplinando a arte de usa-la com cuidadosa medida e com robusta variedade de acordes.

Seu domínio técnico, a sóbria distribuição das massas sobre a superfície e a invejável paleta cromática, são todos elementos indicativos de uma forte personalidade artística. Sua pintura põe em evidência todo o seu potencial inventivo, resultado de temas delicadamente traçados com toques geniais e seguros.

O artista, embora desejando mante-la, vai além da precisão. Não se limita a descrever e formalizar mas procura dar uma visão interior das pessoas, de modo a nos esclarecer porque elas têm aquelas formas universalmente aceitas ou aquelas expressões que todos denotam.

O principal enfoque de Mauricio Takiguthi é a humanidade que ele nos apresenta, através de uma patina luminosa de otimismo, especialmente em suas figuras. Entretanto, sob essa patina, estão claros os sinais da elaboração, sofrida na submissão ao trabalho e ao sacrifício de uma gente que com dificuldade, mas com tenacidade, procura se dirigir com suor a uma vida melhor.

Assim é a obra "Anchieta, o Apostolo de São Paulo", criada especialmente pelo artista Mauricio Takiguthi, por ocasião dos 450 anos da Fundação de São Paulo de Piratininga. Trata-se de uma interpretação sui generis da figura do celebre jesuíta, aos 19 anos de idade, portanto em plena juventude, designado que fora pelo padre Manoel da Nóbrega para atuar no Colégio que estava sendo fundado. A obra que se encontra em exposição no hall monumental do Palácio 9 de Julho será posteriormente enviada para Roma numa homenagem do Parlamento paulista a Sua Santidade o Papa João Paulo II, que beatificou solenemente Anchieta em 1980.

A obra "Sol de Inverno II", Prêmio de Aquisição da Assembléia Legislativa no 54º Salão Paulista de Belas Artes e incluído no Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, denota a maturidade desse jovem artista contemplativo que opera no nível de consciência e abre um diálogo construtivo exprimindo um esmerado realismo.



O Artista



Mauricio Takiguthi nasceu em São Paulo em 1972. Formou-se em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Desde os 12 anos de idade dedica-se ao desenho e a pintura tendo iniciado seus estudos de desenho no Liceu de Artes e Ofícios. Realizou estudos de pintura com o professor Pedro Alzaga e o pintor e professor Gilberto Geraldo. Atualmente, ministra em seu atelier aulas de desenho e iniciação à pintura.

Desde 1989 participa de inúmeras exposições individuais e coletivas, principalmente em salões de arte onde tem sido premiado anualmente. Destacando-se entre elas: I Salão de Artistas Plásticos de Santo Amaro, Medalha de Bronze e Menção Honrosa (1990); XII Salão da Universidade São Judas Tadeu, Medalha de Prata; 51º Salão Livre da APBA (1993); V Concurso Universitário de Artes Plásticas, Medalha de Ouro (1994); Salão de Artes Plásticas do Jornal das Artes, Medalhas de Ouro, Prata e Bronze (1995 e 1996); Prêmio Maimeri 75 Anos, Medalha de Bronze (1997); 27ª Salão de Artes Plásticas Bunkyo (1998); "Mestres e Futuros Mestres", Fundação Mokiti Okada (1999); "Velhos Tempos", Sesc Consolação; 13º Salão de Artes Vera Donnini, Associação Comercial de São Paulo Pinheiros, Medalha de Bronze (2000); III Prêmio Maimeri, Memorial da América Latina; 1º Salão de Artes Plásticas "Novo Milênio", Centro Cultural Arábe Sírio no Brasil; 52º Salão Paulista de Belas Artes (2001); 53º Salão Paulista de Belas Artes, Pequena Medalha de Ouro; XVII Salão de Artes de Arceburgo, Grande Medalha de Ouro; Salão de Artes Visuais de Vinhedo, Medalha de Prata; 54º Salão Paulista de Belas Artes, Prêmio Aquisição da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo; "Olhares do Silêncio", Espaço Cultural do Shopping Frei Caneca, SP (2003).

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