Milan Horvat rompe com o traço arquitetônico e recria com liberdade seu tema

Artistas que retrataram São Paulo - Emanuel von Lauenstein Massarani
23/01/2004 14:01

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Milan Horvat<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/o milan.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Sua tendência cubista é individualizada por angústia patética que encontramos na maioria de suas telas<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Quadromilan.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Facilidade de expressão e inspiração pouco comuns são uma constante de Milan Horvat. Pintor de origem serva e de formação acadêmica, que não abandonou o figurativismo, embora tenha se libertado de sua submissão. Seu figurativismo se alimenta das experiências dos cubistas. Sua imagem adquire uma força arquitetônica própria ao absorver os valores do cubismo.

Sua tendência cubista é individualizada por angústia patética que encontramos na maioria de suas telas. Nada de hermetismo, mas uma síntese que se exerce sobre a plástica e a gama cromática capazes de evocar, em alguns casos, a arte do vitral ou dos antigos afrescos.

Manifestadamente nos encontramos na presença de obras inspiradas por uma forma de misticismo moderno, tendo em vista a acentuação voluntária do traço, os tons profundos, as harmonias surdas e contidas, de onde nasce um ascetismo que as isola das correntes exteriores.

Personalidade, originalidade e espírito de invenção, constituem a marca de sua genialidade pictórica, onde podemos apreciar uma notável fantasia e uma desenvolvida imaginação construtiva. Seu desenho e seu cromatismo possuem características interessantes e audaciosas. Tudo é construído solidamente, paisagens, figuras ou cidades. A cor e o sentido de espaço reavivam seus quadros, onde com rara habilidade o pintor reproduz a luz, presença dominante em todas as suas obras.

D. H. Kahnweiler, o grande iniciador da arte cubista, dizia: "O cubismo foi inicialmente uma escola de disciplina e acabou se transformando numa escola de liberdade". É essa liberdade que Milan Horvat sempre defendeu, como podemos observar na obra que integra o Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, onde o artista "destrói" o tema e o recompõe de outra maneira. Em síntese, rompe com o traço arquitetônico e recria artisticamente a temática escolhida.

O Artista

Milan Horvat nasceu em Novi Sad, Sérvia, no ano de 1946. Estudou na Academia Superior de Artes Plásticas de sua cidade natal e formou-se pela Universidade de Belgrado. Ainda estudante, ganhou o 1º Prêmio do concurso para decorar a Faculdade de Medicina de sua cidade.

Desde 1973 mudou-se para o Brasil estabelecendo residência em Bragança Paulista, onde mantém um atelier e cursos de Pintura e História da Arte. Além da pintura, dedica-se à escultura e relevos em cobre e concreto.

Realizou exposições individuais em Don Jpa, em Vincovel, em Maidampek, e no Atelier 212, em Belgrado. Em São Paulo, expôs na Dan Galeria, na Galeria Jocal, em Santo Amaro, e na Galeria da Hebraica.

Entre as exposições coletivas, ressalta-se: Lions Clube do Brasil, na Galeria Prestes Maia; Centro de Convivência Cultural de Campinas; Galeria Amor à Arte; Chroma Galeria de Arte, em São Paulo; e Hotel Savoy em Campos do Jordão. No exterior expôs nas capitais da Hungria, França e Itália.

Participou de inúmeros concursos, tendo sido premiado para realizar o busto do Marechal Tito, presidente da Iugoslávia. Suas obras encontram-se em coleções particulares e oficiais, no Brasil e no exterior.

alesp