Cristina Diniz sabe conservar preciosamente dentro de si a maravilhosa atitude do "fazer" que é, em definitivo, a expressão de uma confiança imutável nos confrontos de suas possibilidades operativas.

A jovem artista alcança com suas obras a identificação de suas razões interiores por meio das próprias composições significativas. Na sua atual produção, não há lugar para uma improvisação que se camufla com os modismos culturais. Ao contrário, vem ganhando passagem em direção a um espaço pictórico, cada vez mais sensibilizado por uma inteligência intuitiva, sublimada por um absoluto sentido de autenticidade.

Seu gesto transcende a casualidade dos acostamentos, assinala momentos de força e de fraqueza, de drama e de rebeldia, construindo um tecido vivo com um discurso fluente que deseja manter um contato preciso com a realidade existencial e, ao mesmo tempo, uma dilatação da invenção visionária.

No fundo de suas problemáticas e acima de tantas valutações possíveis, identificamos em Cristina Diniz uma coragem moral que a guia e uma linha mental que obedece às leis de modulação das matérias. Seus efeitos líricos se tornam possíveis por intermédio de uma técnica sensível e refinada, além de uma atitude aberta que ilumina os seus processos plásticos.

A julgar pelo impulso vital que marcam suas obras e pela atualidade dos problemas que elas propõem, Cristina Diniz merece toda a confiança num futuro repleto de sucessos.

Nas obras "Visões da Memória" e "Na Busca do Equilíbrio", doadas ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, a estrutura das linhas, o volume das formas, a disposição em planos que nos abrem à sensação da profundidade atmosférica, a vibração dessas linhas e dessas formas em valores cromáticos, nos transportam ao ritmo de um poema lírico.

A artista

Cristina Diniz, pseudônimo artístico de Tereza Cristina Andrade Diniz, nasceu em Curvelo, MG, em 1970. Formou-se em artes plásticas e publicidade na Escola Panamericana de Artes, em São Paulo. Integra o grupo de artistas da Galeria Mali Villas Boas.

Sua primeira exposição foi numa coletiva com os alunos da Escola Panamericana de Artes em 1996, participação que se repetiu nos anos seguintes até 1999.

Participou ainda das exposições: "Cores da Primavera", Espaço Cultural do Mar Hotel, Recife, PE (2002); "Marinhas do Brasil", Centro Cultural da Marinha em São Paulo; "Nossos Artistas", URBE II e 7º Salão Arte in Forma, Galeria Mali Villas Boas; Arte Contemporânea, na Galeria Itaú Personalité; Group Show no First Internacional Art Showcase, Nova York (2003).

Foi selecionada para o anuário "Arte e Artistas, Brasil 2003" e possui obras em coleções particulares em vários Estados, inclusive no acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.