Fabio Roxo: um toque singular e vibrante acento de verdade

Emanuel von Lauenstein Massarani
07/10/2003 14:00

Compartilhar:

Fabio Roxo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/fabio roxo.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Obra A violoncelista<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/roxoquadro.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A solidão é certamente a condição mais típica e comum de nossos dias: chega a ser, até mesmo, determinante. É pois natural que um artista sensível, de forte empenho social como Fabio Roxo, sinta a necessidade moral e humana de pintar o ser humano como tema de preferência em suas obras.

A tal escopo, para melhor definir o estado de abandono e de confusa indeterminação no qual focaliza os seres, o artista não traça com exatidão suas figuras, mas deixa que seja a cor a definir de maneira mais expressiva a personalidade.

Suas tintas são fortes, acesas, ricas de contrastes, seguindo a melhor tradição expressionista. Seus interiores de cores quentes e contrastantes acentuam as figuras centrais que emergem e que representam na sua maioria figuras femininas: mulheres nuas, artistas, mulheres absorvidas ou estupefatas de se encontrarem naquele ambiente. Suas criaturas são prisioneiras de si mesmas, isoladas umas das outras e do mundo que as cerca.

A técnica adotada por Fabio Roxo para exprimir a angustia do quotidiano é, sem dúvida, expressionista revivida em termos absolutamente pessoais e originais. O jogo dos contrastes das massas que fazem pano de fundo ao personagem central provoca efeitos de grande relevo.

Na obra " A violoncelista ", doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, a espiritualidade do pintor adquire destaque no perfil de seu personagem que vive com intensidade tanto a música quanto o drama existencial. Artista vivo, portanto, sincero, Fabio Roxo se torna um intérprete que sofre e se comove com o seu tempo, do qual sabe colher incertezas e excitações com um toque singular e vibrante acento de verdade.

O artista

Fábio Roxo nasceu em São Paulo em 1956. Formou-se engenheiro civil em 1982. Paralelamente realizou cursos de desenho e pintura sobre tela na Escola Panamericana de Artes, pintura sobre tela no Liceu de Artes e Ofícios, desenho na Escola Cândido Portinari, litogravura no SESC e gravura em metal no Museu Lazar Segall.

Seu trabalho é fruto de pesquisas com diversos materiais: carvão, giz de cera, matéria betuminosas, tinta óleo e, principalmente, tinta acrílica.

Realizou em diversas exposições individuais, das quais destacam-se: Galeria Valoart (1987-1988-1989-1990-1991-1992), Galeria do SESC Pompéia (1988), Espaço Cultural V Centenário da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (1989), Espaço Cultural das Faculdades Metropolitanas Unidas (1995), Sala Mário de Andrade da Secretaria Municipal de Cultura (2003), Galeria Craft (1999 a 2003).

alesp