Verdadeiras arquiteturas luminosas os mosaicos de José Manuel de Souza Neto

Emanuel von Lauenstein Massarani
04/02/2004 14:02

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José Manuel de Souza Neto<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/jose manoel de souza.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Obra Dedicação<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Jose manoel dedicacao.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A pintura de José Manuel de Souza Neto tem evoluído sem renegar as próprias premissas fundadas sobre a grande tradição abstrata moderna. Seus quadros mais recentes são preferencialmente policromáticos, de uma policromia que reage à luz a segundo dos trapos recortados que reúne e são introduzidos através de esquemas geométricos os quais têm a função de desenhar e dar conotação ao espaço onde se desenvolve a operação pictórica e onde a luz age.

O artista cria, assim, arquiteturas luminosas impalpáveis, embora rigorosas, que nos transportam a Malevitch do período ¨ branco ¨, o mais intenso, o Malevitch que de certo modo preanuncia Rothko. A obra de José Manuel, no próprio ato de sua formação demonstra, da maneira a mais firme e a mais clara possível, as próprias intenções, as próprias razões e os próprios modos de sua realização, enfim, a própria factualidade.

Certamente numa tal obra os procedimentos executivos são longos, complexos, feitos de sobreposições elaboradas com sutileza e harmonia e têm a sua importância pois se transforma assim numa arte essencialmente crítica que distingue os meios dos fins e subordina o factual ao conceitual. O discurso do artista não é restrito a cada quadro mas continua e ultrapassa de quadro em quadro, cada qual sendo uma formulação renovada das mesmas propostas.

Seus ¨ trapos recortados ¨ com aplicações de tinta acrílica e encáustica, se constituem em pequenas telas agrupadas numa só e formam verdadeiros mosaicos. Longe de clamores, de gestos ou de exibições cerebrais elas são obras puras, que significam e que refletem tão somente a si próprias.

Conduzindo uma série de pesquisas na área geométrica, alcançando até mesmo soluções do tipo modular, nos parece que o interesse e as meditações desse artista se inclinam essencialmente sobre os mestres do construtivismo russo, sobre Mondrian e sobre Rothko.

Na obra "Dedicação", da série "Retorno à unidade, doada ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa, José Manuel de Souza Neto bem demonstrava que crê na vitalidade da pintura. Sua problemática está concentrada na essência do pintar e do reunir bem como sobre os modos onde a pintura pode ser elaborada, estendida e sobreposta.

O Artista

José Manoel de Souza Neto nasceu em Santos, em 1947. É membro da Comissão de Pesquisa da Associação Brasileira de Papel e Celulose e diretor social e sócio fundador do Clube Latino Americano de Papeleiros. Desde 1980 realiza seminários e conferencias como palestrante em diversas cidades brasileiras em especial nos estados de Mato Grosso do Norte e do Sul, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Com múltipla formação estudou de 1957 a 1971 com Carlos Alberto Martins Delgado (porcelana); com José Roncoleto Lubra (porcelana e óleo sobre tela); com Guiomar Fagundes (desenho e pintura); com Gerson Charleaux (desenho); com Romeu de Graça no Clube de Arte de Santos, SP (desenho e pintura).

Participou de inúmeras exposições coletivas e salões, destacando-se entre elas: Salão Nacional de Artes Plásticas de Cubatão, SP (1980); Salão Nacional de Artes Plásticas da Aeronáutica - MEC, RJ; Sociedade Brasileira de Proteção a Ciência, Santos, SP; Associação Internacional dos Artistas Plásticos UNESCO - SP (1981); XI Exposição de Artes Plásticas BUNKYO, SP (1982); Bienal Internacional Latino Americana de Artes Plásticas, SP; Bienal Internacional de Gravura e Artes Plásticas de Cabo Frio, ENGEL, RJ; Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba, SP; Salão Funarte, SP e Galeria de Arte Centro Cultural Brasil Estados Unidos, Santos, SP (1983); "Ontem,Hoje,Amanhã" Centro Cultural de Campo Grande, MS (1991); DECOR Campo Grande, MS (1992 e 1993); "Tudo é um mato só" - Centro Cultural de Cuiabá, MT; - "Tendências Contemporâneas", Galeria Banco do Brasil, Campo Grande, MS (1993); Grupo Atrium - VIII Gift Fair, SP (1994 e 1995); "Arte Pluralista de Hoje", Yázigi Novo Hamburgo, RS; Teatro de Bolso da Reitoria UFMS - Campo Grande, MS (1994); Arte Contemporânea - Década 90, Espaço Cultural Yázigi, Passo Fundo, RS; 13ª Salão "Da Cor", Assembléia Legislativa, Campo Grande, MS; META CULTURAL, SP (1995); Morada dos Baís, Campo Grande, MS (1996); Papel Arte VI - Clube Latino Americano de Papeleiros e ABTCP 35º Congresso e Exposição Anual de Celulose e Papel (2002).

Expôs individualmente no Hotel Hermitage, Mar del Plata, Argentina; Faculdade de Artes Plásticas de Santos, SP; Fundação de Cultura de Ribeirão Preto, SP; Centro Cultural José Guizzo, Fundação de Cultura, Campo Grande,MS (1990); Espaço Cultural Conceição dos Bugres; Fundação de Cultura e Shopping Campo Grande, MS (1992); Galeria de Arte do Centro Cultural Brasil Estados Unidos, Santos, SP (1998).

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