Uma viagem pela história da escrita

Gabriela Araújo da Silva
27/08/2004 21:10

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Exposição exibe trajetória da escrita<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/evolucao da escrita.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Placa em calcário egípcia, em baixo relevo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Placacalcariobx relevoEgito.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Carta de D.Pedro II escrita por calígrafo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Carta caligrafo para DPedro II.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> B´piblia impressa em Norueguês, em 1493<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Biblia impressa em Nurembergue 1493.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Cinco mil e trezentos anos separam o primeiro registro escrito, um tablete mesopotâmico, de uma das formas mais modernas de escrita, o palmtop. Todo esse período de transformações está revelado na exposição "A escrita da memória", realizada pelo Instituto Cultural Banco Santos.

Mais de 490 peças remetem à evolução da escrita, que além de indispensável às relações humanas é um suporte à memória. Aberta no dia 7 de julho, a exposição mostra a formação de sistemas simbólicos pelos mais diferentes povos, exibindo a pluralidade cultural e a diversidade de formas.

A mostra tem monitores para orientar os visitantes e está dividida em três partes. No primeiro espaço, estão objetos relacionados ao surgimento da escrita e, até mesmo, anteriores a ela. Mesopotâmia, Egito, Vale do Indo, China e América são as regiões que recebem destaque, por serem chamadas "berços da escrita".

A escrita chinesa, por exemplo, é datada de 1500-1200 A.C. e tornou-se corrente por volta de 220 A.C. Não é a mais antiga, mas é essencialmente a mesma há quase 3 mil anos.

Entre as peças expostas estão placas em calcário com citações em hieróglifos que datam de 2.686 A.C.; um vaso com inscrição cananéia, sistema que deu origem a diversos idiomas, como o grego e latim; uma bíblia impressa em Nurembergue no ano de 1493; uma Estela Mara em pedra, na qual eram registrados datas preciosas e nomes de governates; e a primeira edição de Caramuru, descrevendo o descobrimento da Bahia de Santa Rita Durão.

No mezanino localizado no piso superior, está o módulo "Criação envolve arte e ciência", nele estão documentos assinados por homens e mulheres de grande importância na história mundial: cartas de Sigmund Freud sobre Alfred Adler, considerado seu mais promissor discípulo; poemas de Carlos Drumond de Andrade; artigos de Assis Chateaubriand; partituras musicais de Strauss; estudos feitos pela pintora Tarsila do Amaral sobre sua obra "Operários"; matérias publicadas em jornais sobre o dirigível 10 de Santos Dumont; um caderno de exercícios de caligrafia de Dom Pedro II; artigos publicados no jornal The Times sobre o naufrágio do Titanic, com entrevistas de sobreviventes do acidente; além de cartas de Monet, Magritte, Miró, Picasso, Portinari, Charles Darwin e outros, todas escritas de próprio punho.

No último módulo, encontramos documentos da política nacional e internacional. Textos de Benito Mussolini contra o socialismo, Trotski e um panfleto anti-Stalin, que estava redigindo; Hitler autorizando o uso de uniformes e deixando clara a obrigatoriedade da padronização; Mahatma Gandhi; Evita Perón; Getúlio Vargas; Tiradentes; Marquês de Pombal; e até mesmo uma carta que oferecia recompensa por um escravo fugitivo na qual podemos ler: "RS 200.00 a quem levar à rua de S. Pedro nº 331 o escravo pardo de nome Luiz, com os seguintes signaes: idade 16 a 17 annos...".

Ao fundo da exposição, um telão mostra imagens de personalidades históricas da política e da arte, entre eles Jean Paul Sartre, Renoir, Picasso, Miró e Einstein.

Os visitantes também podem observar objetos relativos à história da escrita, como máquinas de escrever, canetas, pincéis, tinteiros, computadores e laptops modernos, que propõem uma reflexão sobre o processo de criação e evolução da escrita, promovendo imersão cultural e inserção à cidadania.

A exposição, que tem acesso para cadeirantes, pode ser visitada de terça a sexta feira, das 10 às 17:30 horas, e aos sábados, domingos e feriados, das 10 às 16:30 horas. O Instituto Cultural do Banco Santos localiza-se na Rua Hungria, 1.100. Interessados em mais informações podem ligar para (11) 3818-9591 ou acessar o site www.santoscultural.com.br/aescritadamemoria . Vans gratuitas saem do estacionamento do Shopping Eldorado de meia em meia hora, todos os dias.

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