Sob a presidência do deputado Simão Pedro (PT), a Comissão de Educação e Cultura discutiu em reunião informal a Resolução SE 44/2011, que divide as férias dos docentes da rede estadual de ensino em dois períodos, a serem fruídos em janeiro e julho. De acordo com entidades representativas da categoria e diversos profissionais do ensino presentes ao evento, o secretário da Educação do Estado, Herman Voorwald, não consultou os mais interessados na questão: os professores. "Não conhecemos nenhuma rede de ensino público que tenha feito essa divisão das férias. E há quem diga que o secretário fez isso para usar como ferramenta de negociação, para revogar a resolução, mas exigindo outras coisas. Isso é uma afronta", protestou o deputado Carlos Giannazi (PSOL), que pediu a imediata revogação da resolução. A presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado (Apeoesp), Maria Izabel Noronha, endossou o discurso de Giannazi e questionou a perda de autonomia da categoria com a aprovação da resolução, que estabelece que todas as decisões passem pelo conselho e sejam homologadas pela diretoria de ensino. "Uma entidade de diretores apresentou posição favorável à repartição das férias. Nós, professores, não. Quando nossa posição vai ter um peso na decisão da secretaria?", indagou Maria Izabel. Outra questão levantada pela professora Sueli Fátima e endossada pela deputada Telma de Souza (PT) foi com relação ao gênero do corpo de professores do Estado. Segundo Fátima, a categoria é composta por 80% de mulheres. "Passamos o ano inteiro educando e cuidando dos filhos dos trabalhadores e, quando queremos passar um tempo com os nossos, isso nos é negado", criticou Sueli. Expressaram ainda solidariedade e apoio à causa a diretora-presidente do Sindicato dos Supervisores de Ensino do Estado, Neli Ferreira, e o diretor da Apeoesp Sérgio da Cunha. O deputado Mauro Bragato (PSDB) solicitou que não haja quebra de diálogo entre a secretaria e os docentes. "Seria de vital importância buscar uma alternativa para essa questão. Precisamos investir no entendimento e no diálogo", disse Bragato. Simão Pedro lamentou ausência do secretário Herman Voorwald à reunião e afirmou que encaminhará a ele " que prestará contas da administração de sua pasta à Comissão de Educação no dia 30/11 " os pedidos da categoria. Participaram também da reunião os deputados Beto Trícoli (PV) e João Paulo Rillo (PT), e o presidente do Centro do Professorado Paulista (CPP), José Maria Cancelliero.