O corpo do comediante Ronald Golias está sendo velado no Hall Monumental da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo desde as 17h desta terça-feira, 27/9. O sepultamento, no Cemitério do Morumbi, está previsto para as 9h30 de hoje, 28/9.

Internado desde o dia 8/9 no Hospital São Luiz, na Capital, Golias faleceu na madrugada desta terça-feira, 27/9, víttima de infecção generalizada proveniente de infecção pulmonar.

Nascido na cidade de São Carlos, Estado de São Paulo, em 4 de maio de 1929, o comediante era filho de Arlindo Golias e Conceição D"Aparecida Golias. Com apenas 8 anos de idade, atuou como artista amador na Escola Dante Alighieri em sua cidade. Ainda jovem, trabalhou como alfaiate e funileiro.

Mudou-se para São Paulo em 1940. Nessa época, era praticante de natação no Clube Regatas Tietê, onde integrou o grupo Acqua Loucos, que fazia acrobacias aquáticas. Sua carreira artística teve início no programa Calouros em Cena, da Rádio Cultura, dos irmãos Fontoura, então localizada na Avenida São João, no centro da Capital.

Posteriormente trabalhou na Rádio Nacional de São Paulo, pertencente às Organizações Victor Costa " OVC, onde conheceu Manoel da Nóbrega, famoso radialista, humorista e deputado Constituinte Estadual em 1947, por São Paulo. Nóbrega foi quem o convidou para participar do programa humorístico "Praça da Alegria", no qual lançou o personagem Pacifico, no ano de 1956, criando o famoso bordão "Ô Crides, fala pra mãe...".

Entre seus colegas de rádio da década de 50, destacava-se o locutor e futuro apresentador de televisão Silvio Santos. Golias foi o criador do apelido "peru", que popularizou o dono do SBT como "o peru que fala".

Atuou em diversos filmes para o cinema, na sua maioria da produtora Herbert Richers, sendo a sua primeira aparição na chanchada "Um Marido Barra Limpa", de 1957, dirigido por Luis Sérgio Person. Contracenou com Grande Otelo e Ankito no filme "Os Três Cangaceiros", de 1961.

Nos anos 60, contratado pela Televisão Record, Canal 7, participou do famoso programa humorístico "Família Trapo", ao lado de Otelo Zeloni, Renata Fronzi, Jô Soares, entre outros. Seu personagem Carlos Bronco Dinossauro era o mais popular do programa, que ficou no ar de 1967 a 1971.

Ainda na década de 70, foi contratado pela Rede Globo, para fazer o programa Superbronco, criado por Jose Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, e posteriormente trabalhou nas redes Bandeirantes e SBT, onde participava de A Praça é Nossa, dirigido por Carlos Alberto de Nóbrega, filho de Manoel de Nóbrega, com o seu personagem Pacífico. Outro programa no SBT foi Meu Cunhado, que estreou em abril de 2004, ao lado de Moacyr Franco, onde seu personagem inesquecível Bronco foi recriado.

Antonio Sergio Ribeiro é advogado e pesquisador, funcionário da Secretaria Geral Parlamentar da Alesp



fotos - Agência Folha