As intenções cosmológicas de Inês Spuras criam visões ampliadas repletas de mensagens

Emanuel von Lauenstein Massarani
11/08/2004 14:00

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Obra Tempestade<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Ines Spuras Tempestade.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Inês Spuras<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Ines Spuras.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Visões ampliadas ou alimentadas de mensagens nascem sobre uma matéria densa, trabalhada numa alquimia de cores. As telas de Inês Spuras apresentam uma bem acentuada efervescência das formas que aparecem estruturadas com certo rigor. A artista organiza o espaço, o seu discurso é conciso e se opõe aos vazios. Um ritmo equilibrado anima a superfície, embora não renegando a sensibilidade.

A criação do espaço é acompanhada de uma cuidadosa pesquisa de cores, destinada a alcançar novas harmonias. Seguindo uma técnica apurada, seus relevos encorpados possuem uma riqueza de detalhes. Caracterizada por uma plasticidade vigorosa, sua obra possui uma dialética relação espacial com uma figuração complexamente composta e dinâmica, na qual a simultaneidade se coloca como alternativa visual do passado e da duração do tempo na memória.

Pintora do imaginário, suas obras se aproximam de intenções cosmológicas declaradas em seus três períodos: genético, geofísico e nuclear. Uma pesquisa expressiva busca encontrar resposta ao enigma do infinito e é interpretada pela artista de maneira envolvente e emblemática, repleta de direções metamórficas, de estratificações vibratórias do tecido e de registros tímbricos.

A metamorfose iconográfica dessa artista se concentra sobre uma espacialidade de expansão visionaria, que assume um significado polivalente. Os fenômenos da natureza por ela interpretados, como, por exemplo, em "Tempestade", obra doada ao Acervo Artístico do Parlamento Paulista, se transformam para a artista num nó complexo que transcende a exterioridade. A artista passa de uma visão de subjetividade do seu "ego" àquela indefinível do macrocosmo.

A Artista

Spuras, pseudônimo artístico de Inês Spuras, nasceu em São Paulo em 1951. Autodidata, formou-se em letras pela USP e freqüentou cursos na Academia Brasileira de Artes e na Escola Panamericana de Artes.

Sua primeira exposição foi em 1989 no Museu Dimitri Sensaud de Leauvaud. Participou, entre outras, das seguintes mostras: VII Salão de Artes do Instituto A. Mesquita de Camargo, SP, (1989); Galeria Arte Espaço, SP, (1990); 49° Salão Livre da Associação Paulista de Belas Artes, SP; X Salão de Arte do Instituto A Mesquita de Camargo, SP, (1991); Espaço Cultural Hilton Hotel, SP, (1991, 1993, 1994 e 1995); VII Mostra de Arte da Granja Viana, SP; Galeria "Sérgio Longo", SP; Espaço Cultural Shopping Center Piracicaba, SP; (1992); Associação dos Magistrados, SP, (1993, 1994 e 1995); Galeria Espaço Paulista de Arte, SP; Companhia Paulista de Artes, SP; V Salão de Artes Plásticas de Avaré, SP, (1996); XV Bienal do Anuário de Artes "Paletas", SP, (1998 e 1999); Galeria Mali Villas Boas, SP; "Arte em Atelier", Esporte Clube Sírio, SP; 1° Salão de Artes "Floresta Nacional de Ipanema", SP, (1998); Centro de Convenções Rebouças, SP; Salão Internacional "Le Petit Format", Centro de Convenções Rebouças, SP, (1999 e 2000); Sala São Paulo, Estação Júlio Prestes, SP.

Participou ainda das seguintes mostras internacionais: Galerie du Rond Point "Espace Richelieu", Paris, (1999); Associação dos Artistas Plásticos de Barcelona, (2000); Galeria "Giuliano Ottaviani", Roma, (2000); Salon dês Indépendants "Grand Palais des Champs Elysées", Paris, (2000).

A artista foi catalogada nas seguintes publicações: "Artes Plásticas Brasil" (Edições 1992 a 2000); "Le Sermadiras" - Catalogo Internacional 1999 - 16ª Edição, Paris, (1999); "Catalogo Paletas" (Edições 1998 e 1999).

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