O humanismo pictórico de Alberto Tembo, em defesa da fauna em extinção

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
16/05/2006 15:41

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Tamanduá<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Bichopreguica.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Alberto Tembo <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Alberto tembo.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Bicho-Preguiça<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Bichopreguica.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Existe nas obras de Alberto Tembo uma clara persuasão que se comunica, que fala através de imagens submissas, com um íntimo pudor. Trata-se de uma pintura que não pode ser admirada através de uma olhar apressado, embora nos tempos tumultuados em que vivemos possa também parecer uma pintura "fora do tempo".

Na realidade, o chamamento desse jovem artista a um "momento de silêncio" não é tão-somente um convite para não nos distrairmos, mas também para nos concentrarmos sobre uma possível relação com a natureza, para, nela, renovarmos em nós mesmos a consciência de não-violência.

Esse chamamento não pode de maneira alguma ser rejeitado, pois o pintor, que se especializou na arte do animalismo, deseja preservar as espécies em via de total extinção. A exemplo dos primeiros viajantes que percorreram o Brasil na época colonial, o método que Alberto Tembo escolheu para sua missão foi pintar nossa fauna e nossa flora.

Em sua pintura existe muita poesia e um sentido profundo de humanismo expresso por intermédio de meios plásticos simples e sinceros. Seu trabalho é sólido, constituído de grandes efeitos de massas com tonalidades quentes, até mesmo sombrias, muito próximas do ambiente da floresta tropical onde vivem esses animais.

De suas pinturas aparece sempre uma realidade que, mesmo elaborada, não é por ele violentada. O artista refuta um paroxismo neurótico por uma calma compreensível de tudo o que a natureza lhe proporciona, conseguindo assim comunicar aos outros, de maneira direta, suas experiências.

As obras Bicho-Preguiça e Tamanduá, doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, constituem de fato a transposição de um estado de alma que não permanece apenas no embrião do traço pictórico.

O artista

Descendente de uma família de escultores, Alberto Tembo nasceu em Boston, nos Estados Unidos, em 1974. Formou-se em artes plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado, onde teve aulas com Nelson Leirner, Nikolas Vlavianos, José Spaniol e Dora Longo Bahia, entre outros.

Participou ainda de cursos os mais diversos, entre eles um de desenho livre, no Centro Cultural Vergueiro (1994) e um workshop com a artista plástica francesa Sophie Boursat.

Sua primeira exposição foi em 1995, no XXIV Anual de Artes da FAAP. Seguiram-se as seguintes mostras: "O Sexto", FAAP, SP (1995); "Bissexto", Centro Cultural FAAP, SP (1996); Espaço Cultural do Jóquei Clube de São Paulo (1998); "Alberto Tembo: Pinturas e Desenhos", Frans Café, SP (1999); "Objeto Ansioso", com o Grupo Paulistanos, Selda Escritório de Artes, SP (2000); "Políticas Pessoais", no Museu de Arte Contemporânea de Americana (2001); "Cinco", no Atelier Casa Cinco, SP (2003).

Foi laureado no IV e no V Prêmio Michelangelo de Arte Contemporânea, realizado em 1996 no Centro Cultural de São Paulo. Possui obras em coleções particulares e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp