Morre ex-deputado Fernando Perrone


09/10/2007 20:43

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Faleceu ontem, 8/10, nesta Capital, na Sociedade Beneficente Alemã, no bairro do Butantã, o ex-deputado estadual Fernando Perrone.

Fernando Leite Perrone nasceu na cidade de Passa Quatro, Minas Gerais, em 25 de dezembro de 1935, filho de Humberto Perrone e Maria Luiza Leite Perrone. Transferindo-se para São Paulo, estudou nos colégios Arquidiocesano e São Luiz. Iniciou seus estudos superiores na Universidade de São Paulo cursando Química, que quase concluiu, mas em março de 1960 ingressou na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Sociais da USP, bacharelando-se e licenciando-se em Sociologia em 23 de março de 1965.

Elegeu-se em 15 de novembro de 1966 ao cargo de deputado estadual pelo recém fundado Movimento Democrático Brasileiro (MDB), com 14.115 votos. Em 15 de janeiro de 1968, Perrone participou das solenidades de transferência da sede da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo do velho prédio do Palácio das Indústrias, no Parque D. Pedro, para a nova sede do Palácio 9 de Julho, no Parque do Ibirapuera.

Foi membro, no período de 1967/1969, das Comissões Permanentes de Economia, de Divisão Administrativa e Judiciária e de Serviço Civil. Foi escolhido o melhor deputado do ano de 1967, por sua defesa da Educação.

Fechada pelo Ato Institucional 5 (AI-5), de 13 de dezembro de 1968, a Assembléia Paulista permaneceu em recesso de 7 de fevereiro de 1969 a 31 de maio de 1970. Em 13 de março de 1969, com base AI-5, Perrone teve seu mandato cassado e seus direitos políticos suspensos por 10 anos, na primeira leva de deputados estaduais de São Paulo que perderam mandato com base no ato institucional, que incluía Esmeraldo Tarquínio, Jacyntho Figueira Junior e José Marcondes Pereira, todos do MDB.

Fernando Perrone foi então para o Chile como exilado político, e lá permaneceu por dois anos, tendo ministrado aulas na Universidade de Concepción. Posteriormente foi para Paris, onde fez seu doutorado em Sociologia da Comunicação, tendo sido professor da Universidade Sorbonne. Com a queda do regime salazarista em 25 de abril de 1974, e a convite do general Vasco Gonçalves, um dos líderes da Revolução dos Cravos e primeiro-ministro de 1974 a 1975, Fernando Perrone foi para Portugal, onde trabalhou no Ministério das Comunicações e exerceu o magistério na Universidade de Coimbra. Após um ano em terras portuguesas retornou à França. Em 1979, com a lei de anistia e o início de novas perspectivas de redemocratização, voltou ao Brasil.

Por concurso de títulos e provas, foi professor Livre Docente da Escola de Comunicações de Artes (ECA) da Universidade de São Paulo, na área de Sociologia da Comunicação, de 18 de novembro de 1982 a 16 de setembro de 1997, quando se aposentou.

Durante a presidência de José Sarney (1985/1990), foi nomeado por indicação do presidente da Caixa Econômica Federal, Marcos Freire, para o cargo de gerente operacional da entidade. No governo André Franco Montoro (1983/1987), foi diretor da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano S.A. " Emplasa, na administração de Almino Affonso, como Secretário dos Negócios Metropolitanos.

Dirigiu a Fundação Pedroso Horta, da seção paulista do PMDB, partido do qual posteriormente pediria desfiliação por motivos ideológicos. Foi autor de inúmeros artigos publicados no Brasil e no exterior e de dois livros: "Água mole em pedra dura" " coletânea de sua vida parlamentar e política entre 1966 e 1982; e "Relato de Guerras" " nos 20 anos de revolta de 1968, ano em que testemunhou as manifestações em Praga, São Paulo e Paris.

Era casado em com Maria Paula Bueno Perrone. Deixa os filhos Vera, Lúcia, Silvia, Felipe e João.

O corpo do Deputado Fernando Perrone, foi velado no Hall Monumental do Palácio 9 de Julho, de onde saiu às 15h para o crematório de Vila Alpina, nesta capital.

ASR

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