Conjunto Hospitalar de Sorocaba mobiliza forças políticas da região


23/05/2007 11:01

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Audiência Pública na Câmara Municipal de Sorocaba<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Hamilton CHS_AudienciaPublica_1.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Deputado Hamilton Pereira<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Hamilton CHS_AudienciaPublica_2.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), que atende cerca de 2 milhões de habitantes de 48 municípios, é alvo da mobilização de forças políticas da região que buscam solução para antigos problemas que têm comprometido o atendimento prestado à população. Uma mobilização semelhante ocorreu entre os anos de 2001 e 2002, quando foi formada uma Comissão Parlamentar na Assembléia Legislativa, cujo trabalho resultou num amplo relatório entregue à Secretaria Estadual de Saúde ainda em 2002.

Em audiência promovida na na segunda-feira, 21/5, pelo vereador Antônio Sérgio Ismael (PT) na Câmara Municipal de Sorocaba, o deputado Hamilton Pereira (PT), que participou da Comissão formada pela Assembléia em 2001, afirmou que os problemas constatados hoje são os mesmos já apontados no relatório finalizado em 2002. Na opinião do parlamentar, a troca de direções não é a solução para os problemas do Conjunto. "O CHS é um verdadeiro triturador de diretor e de prestígio", ressaltou Hamilton.

Segundo o vereador Ismael, que também é membro do Sindicato dos Médicos, a estrutura do CHS é da década de 50 e vem sendo tratada "da pior maneira possível". Ele criticou a falta de continuidade na administração do Hospital, que tem um orçamento anual de R$110 milhões, e defendeu a elaboração de um Programa de Assistência Básica. "O CHS necessita de um levantamento técnico estrutural para que possamos ter a definição de um cronograma de obras", afirmou.

Já o secretário de Saúde de Votorantim, Celso Carrara, expôs as dificuldades que o município encontra para encaminhar pacientes para o CHS. "A Central Reguladora não permite o acesso de pacientes de Votorantim, que acabam tendo que ser transferidos para Itapetininga", afirmou.

O diretor regional do Sindsaúde, Hélio Christino Martins, criticou a falta de condições de trabalho e de prestação de atendimento adequado à população. Ele também destacou anúncios de investimentos que não são concretizados. "Em 2006, o Barradas (Barata) " secretário estadual da Saúde " anunciou que R$2 milhões seriam liberados para a recuperação do sistema elétrico e até agora não houve a troca de um disjuntor sequer", lembrou. Ele também afirmou que o quadro de funcionários está defasado em 50%, os servidores estão sem reajuste salarial há anos e todos os concursos para a área foram suspensos pelo governador José Serra.

Outro ponto criticado durante a audiência foi a terceirização do laboratório, o que tem atrasado a entrega de resultados de exames, os quais normalmente ficariam prontos em poucos minutos, mas hoje têm que ser realizados em São Paulo. A terceirização do setor de Raio X é outra preocupação que tem afligido a comunidade.

A falta de transparência do Conjunto foi criticada pelo neurocirurgião e representante do Sindicato dos Médicos, Reginaldo Paiva. Ele também se referiu ao processo de mudança de Gestão do Hospital Oftalmológico e a cessão de 14 neurocirurgiões para o CHS. "O Hospital Oftalmológico nunca teve neurocirurgiões", observou, sugerindo que a iniciativa possa estar sendo tomada mais para resolver problemas financeiros do Hospital Oftalmológico. O médico também denunciou a compra, pelo Conjunto Hospitalar, de um microscópio para neurocirurgia avaliado em R$ 1 milhão, que nunca foi usado.

Hamilton Pereira sugeriu a elaboração de um relatório da Audiência Pública para envio à Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa. "Vamos formar uma comissão com representantes de todas as entidades presentes aqui hoje e apresentar a situação do Conjunto Hospitalar à Comissão de Saúde", sugeriu. "A partir daí solicitamos à Comissão uma audiência com o secretário estadual da Saúde, inclusive com a presença do diretor do CHS", completou.

hpereira@al.sp.gov.br

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