A característica dominante do processo criativo de Célia Figueiredo é a sugestiva fusão entre um cromatismo aceso e o purismo da composição Suas obras não necessitam de muitas mediações interpretativas, sendo expressas de maneira clara a todo observador, não como participante de um evento que não derive da realidade, mas dela faz parte e constitui uma das manifestações mais próximas DE nossas necessidades existenciais. O cromatismo de seus quadros não é somente um fenômeno de luz, mas uma modalidade de volume e superfície. Com um acento especial de espaços e de ritmos, sua linguagem é clara e responsável. Com uma riqueza de acentos formais e pictóricos, solidamente estruturados numa intensa correlação cromática, a artista narra emoções não sofisticadas a quem ainda sonha conservar o gosto pelas belezas que a natureza nos oferece e pela compreensão da vida à qual estamos envolvidos. Dotada de um temperamento sensível e inspirado, Célia Figueiredo se envolveu nesse mundo sensitivo com o qual estimula a fantasia: o que não se trata de um abandono inerte e passivo, pois a artista centralizou toda a sua atenção para dominar a matéria que flui entre suas mãos, buscando ordem, ritmo e harmonia . Na obra "Tropicália", doada ao acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, a pintora nos oferece um espelho de sua poética interior mediante um jogo fluido de cores e de formas que parecem evocar plantas de jardins de outrora. A artista Célia Figueiredo, pseudônimo artístico de Célia Maria Lima Verde Figueiredo, nasceu em Salvador e radicou-se em São Paulo a partir dos 11 anos. Desde a mais tenra idade viu-se envolvida com as artes plásticas, tendo iniciado a sua trajetória pictórica como escultora, passando posteriormente para a pintura em porcelana e, mais tarde, para a pintura em seda, até encontrar-se definitivamente na pintura a óleo sobre tela. Com muita perseverança e garra, Célia Maria L. Figueiredo desde então vem procurando aperfeiçoar-se cada dia mais e escolheu como tema principal de suas obras retratar a beleza das flores. Artista nata, começou como autodidata. Desde 2007 tem procurado inteirar-se de novas e variadas técnicas na busca de um aprimoramento constante, frequentando durante cinco anos o ateliê de pintura Elmi Aciolli e no corrente ano o ateliê Olga Beltrão. Possui obras em diversas coleções particulares e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.