Museu de Arte do Parlamento de São Paulo - Eliana Kertész

Um intenso sentimento de vida nas opulentas obras de Eliana Kertész
13/05/2011 09:13

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A grande maioria das obras de Eliana Kertész são mulheres bonitas sensuais, tímidas ou ousadas, negras, brancas ou índias, mas todas gordas. Elas querem,,segundo a própria artista, passar ao observador uma mensagem de amor e respeito às diferenças existentes em nosso país.

Desfrutando uma liberdade que os grandes predecessores não tiveram na mesma linha, o pintor e escultor colombiano Botero alcançou fama internacional através de seus personagens extremamente dilatados.

Não podemos esquecer entretanto que a maior parte dos grandes artistas, como Rubens e Rembrandt, Ingres e Renoir, tinha também fascínio pelas formas opulentas. Da Bahia chega até nós a arte de Eliana Kertész, uma escultora de excelente força criativa e persistente coerência estética. Suas imagens femininas possuem uma realidade corpórea, exuberante ao tato.

Como diria o próprio Botero, trata-se de típica arte latino-americana, tanto literária quanto plástica, em que existe uma tendência à deformação, um exagero total, como se encontra na obra de Gabriel Garcia Marquez. Trata-se, pois, de uma caricatura da realidade que na visão dessa escultora pode ser monumental.

Com os materiais mais diversos " terracota, bronze, resina e fiberglass ", Eliana Kertész cria figuras gordas, fartas e redondas, capazes de transmitir uma verdade interior e um intenso sentimento de vida.

A obra "Aurélia", em pó de mármore e resina, doada ao acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, transmite o humanismo dessa artista que nasce como um processo interior, moldando na própria forma uma presença humana. Trata-se de um sentimento e uma emoção intensa, nascidos de uma observação profunda.



A artista



Eliana Kertész nasceu em Conceição da Feira, no Recôncavo baiano, e ainda criança mudou-se para Salvador, onde reside após algumas mudanças que a levaram para Paris e Rio de Janeiro, cidades em que aprimorou seus conhecimentos na arte, iniciados anteriormente na capital baiana.

Foi em 1993 que iniciou sua carreira com uma exposição individual de esculturas no Escritório de Arte da Bahia, em Salvador. A partir de então participou de diversas mostras individuais e coletivas em vários Estados brasileiros e no exterior, destacando-se entre elas: Centro Cultural Light, no Rio de Janeiro, RJ (1995); Galeria de Arte Paulo Darze, Salvador, BA (1997); 100 Artistas Plásticos da Bahia, com o lançamento do livro no Museu de Arte Sacra, bem como da coletiva "Arte Salvador - 450 anos", no Museu de Arte Moderna da Bahia (1999).

Esta mesma mostra foi apresentada posteriormente no Museu de Arte de Macau, China, no Museu de Arte Primitiva Moderna, Guimarães, Portugal, e no Padrão dos Descobrimentos, Lisboa, Portugal (2001). No mesmo ano realizou sua primeira individual dedicada às "Gordinhas", na Galeria Inêz Fiuza, Fortaleza, CE.

Participou ainda da mostra "Sensualidade" no Museu Brasileiro de Escultura, São Paulo (2003); V Biennale D'Arte Contemporanea Internazionale, Roma, Itália (2004); "Gordas", Galeria Spazio Surreale, São Paulo, SP (2006). Possui obras em acervos públicos e particulares no exterior, no Brasil e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo. (mlf)

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