O deputado João Caramez (PSDB) presidiu a cerimônia de lançamento da Frente Parlamentar das Hidrovias nesta terça-feira, 9/5, na Assembléia Legislativa. O parlamentar justificou a criação da frente pelo fato de que a crescente movimentação de pessoas e mercadorias tem feito as nações buscarem alternativas de transporte de menor custo e maior eficiência. O potencial hidroviário está sendo desenvolvido em diversos países que encontraram nele muitas vantagens. No entanto, o Brasil ainda subutiliza seu potencial hidroviário, que é enorme. No Estado de São Paulo, segundo ele, tem havido fortes investimentos na construção e manutenção da hidrovia Tietê-Paraná, mas ela transporta apenas 20% da sua capacidade. "Há muito a ser feito", opinou.O secretário dos Transportes, Dario Rais Lopes, parabenizou a criação da frente, que, segundo ele, vem em boa hora, uma vez que está na pauta do dia o problema da energia. "As hidrovias são um modal que tem como base um insumo de uso múltiplo, que é a água. Não podemos perder a oportunidade de continuar o desenvolvimento do setor por conta da questão energética", enfatizou. Para o secretário de Turismo, Fernando Longo, a constituição desta frente parlamentar reforça a importância do turismo no Estado. "Temos um número significativo de municípios cuja atividade principal é o turismo ligado à hidrovia", lembrou.O diretor do Departamento Hidroviário da Secretaria dos Transportes, Oswaldo Rossetto, fez uma explanação sobre a hidrovia Tietê-Paraná. Esta, segundo ele, possui infra-estrutura recente e importante, mas há muito ainda por fazer. São eclusas, canais artificiais, sinalização, sistema de incêndio e monitoramento das eclusagens, proteção de pilares das pontes e ampliação de vão das pontes, em que foram investidos cerca de US$ 2 bilhões nos últimos 50 anos. Com esta estrutura, interesses privados convergiram para o sistema com a construção naval ao longo das margens da hidrovia. O movimento de cargas triplicou em dez anos.As principais vantagens da hidrovia, de acordo com Rossetto, são a maior eficiência energética e de capacidade de concentração de cargas e menores consumo de combustível, emissão de poluentes, congestionamento de tráfego, custo de infra-estrutura, número de acidentes, custos operacionais, impactos ambientais e emissão de ruídos. "As diferenças são muito expressivas", ressaltou, acrescentando que o resultado é um "balanço social" significativo.A Marinha, responsável pela segurança das hidrovias, foi representada pelo vice-almirante José Carlos Pedroso, que demonstrou preocupação com a segurança das atividades de esporte e recreio, uma vez que com as represas há um aumento de clubes náuticos.Osmar da Silva, presidente do Sindicato dos Fluviários, Saturnino Sérgio da Silva, diretor do Departamento de Infra-estrutura da Fiesp, Ruy Ferreira de Souza, prefeito do município de Anhembi, Antonio Carlos Rizeque Malufe, secretário-adjunto da Secretaria dos Recursos Hídricos e Saneamento, e o deputado Orlando Morando (PSDB) também integraram a mesa dos trabalhos e parabenizaram a iniciativa, prontificando-se a colaborar com os trabalhos da frente.Representantes de diversos órgãos governamentais e não-governamentais marcaram presença no evento. O deputado João Caramez salientou que, além dos deputados já inscritos na frente, outros poderão integrá-la a qualquer hora, bem como diferentes entidades da sociedade civil. Para os interessados em se inscrever na Frente Parlamentar das Hidrovias, o deputado orientou que façam contato com Cleide Dini, pelos telefones (11) 3886-6655 ou 3886-6645. As reuniões em que o projeto será discutido e desenvolvido ocorrerão todas as primeiras terças-feiras de cada mês. A próxima será no dia 6/6, às 10h, no auditório Teotônio Vilela da Assembléia Legislativa.