São Paulo terá plano de combate ao tráfico de animais silvestres


09/06/2006 16:18

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Ângela Branco<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/SEMINA PSIT angela branco06.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Luiz Fábio Silveira<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/SEMINA PSIT luiz f. silveira08.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Dentro de um ano devem estar prontos um diagnóstico e um plano estratégico de combate ao tráfico de animais silvestres no Estado de São Paulo. O estudo está sendo desenvolvido pela ONG Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais (Renctas), com o apoio do Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF), entidade internacional sediada em Washington.

A informação foi prestada pela coordenadora de projetos da Renctas, Ângela Branco. Ela participou do "Seminário sobre Preservação de Psitacídeos" nesta sexta-feira, 9/6, na Assembléia Legislativa, uma realização da Liderança do Partido dos Trabalhadores, sob a coordenação do deputado Adriano Diogo.

Comércio ilegal

Para combater o tráfico de animais silvestres, a Renctas tem como pilares, além de políticas públicas, a atuação nas áreas de informação e educação e o desenvolvimento de políticas de conservação, de preservação de espécimes e da natureza. Segundo Ângela, o tráfico no Estado tem como principal rota a capital, graças à ampla malha de transportes, como aeroportos, para o mercado internacional. Lojas de animais e indivíduos que querem ter um animal de estimação silvestre, além de colecionadores e zoológicos clandestinos, são o elo final dessa cadeia.

Ela afirmou que o tráfico de animais é o terceiro colocado no ranking mundial do comércio ilegal, perdendo para os de armas e drogas e movimentando de US$ 10 bilhões a US$ 20 bilhões. Ao citar dados do tráfico no país, Ângela reportou-se a cerca de 4.500 anúncios de venda de animais silvestres na Internet em 2002.

Preservação

Luiz Fábio Silveira, do Departamento de Zoologia e do Museu de Zoologia da USP, apresentou estudo com a ararajuba, ave brasileira de plumagem verde e amarela, endêmica do Brasil, realizado no município de Tailândia, no Pará. Segundo ele, o tráfico desta ave é grave. "Na região, os filhotes são escassos, além de serem derrubadas árvores nobres para tirá-los do ninho." Lembrou ainda que o desmatamento, além de programas do governo para o desenvolvimento da Amazônia, que acentuam a mudança de hábito da ave, e a captura para a venda em Belém são fatores de sua extinção.

Segundo Ricardo Magalhães, presidente da ECO Associação, promotora do evento, o objetivo do seminário é apresentar um plano de manejo e discutir projetos de preservação de psitacídeos (papagaios, araras e periquitos). Uma das aves que podem se beneficiar dessas iniciativas é o papagaio-de-peito-roxo, ameaçado de extinção, sendo que no Vale do Ribeira, onde a ECO desenvolve um programa, existem hoje cerca de 200 exemplares dessa espécie.

Para um público de militantes da área ambiental, pesquisadores e ornitólogos, ele reafirmou que as maiores ameaças para as várias espécies são o tráfico e a diminuição das florestas.

alesp