Resultado de reciclagem de sucata, as "assemblagens esculturais" de Bárbara Spanoudis são autêntica criação do instinto

Acervo Artístico
22/06/2005 15:15

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Obra Triângulos I<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/obrabarbara2.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Bárbara Schubert Spanoudis <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/BarbaraSpanoudis (foto).jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Obra Folhas II<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/obrabarbara1.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A arte de Bárbara Schubert Spanoudis está intimamente ligada a uma espécie de futurismo que se aproxima idealmente do abstrato. Tanto em seus "quadros" quanto em suas "esculturas" atuais, encontramos uma rebelião anárquica individual, que supera o fato estético para entrar numa atmosfera em parte geométrica.

Tanto a madeira de suas "esculturas" quanto as fibras utilizadas na "assemblagem" de seus quadros nos colocam frente a interrogações das mais diversas: motivos metafísicos em absoluto ou chamamentos neoclássicos? É difícil responder: existem linhas, forças e decomposição de influência cubista, enquanto que as dimensões conservam intacto um figurativo emblemático.

Existe nas obras de Bárbara Schubert Spanoudis uma grande habilidade inventiva, não dispersiva, um ritmo que se modula sem inflexões literárias com um corte de composição sempre renovado. Se o substrato material registra uma série de esforços materiais tecnicamente modernos, as estruturas se articulam e se completam num harmônico final figurativo.

No sentido do abstrato, a palavra "figurativo" não deve ser mal interpretada, pois as impostações emblemáticas da artista possuem um simbolismo tão somente geométrico, que o todo, com efeito, se transforma objeto real.

A dinâmica das formas de Bárbara Schubert Spanoudis possui uma linguagem particular e, portanto, o ponto de chegada dos meios utilizados ainda não está fixado. Encontramo-nos frente a uma autêntica criação do instinto, poderosa e sincera. Esse mesmo instinto conseguiu reunir, ou melhor, "assemblar", em chave moderna, sensações e objetos de ontem e de hoje.

A classe dessa artista encontra-se no seu próprio temperamento, que a leva a improvisar muito mais que a meditar, com o objetivo de dominar a matéria com espírito novo. Tanto em "Folhas II" quanto em "Triângulos I", obras doadas ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, a artista se limita a construir arquitetonicamente as suas "formas" esculturais, as quais, mesmo não podendo ser classificadas de autênticas esculturas, destas possuem todas as qualidades estilísticas.

A Artista



Bárbara Spanoudis, pseudônimo artístico de Bárbara Schubert Spanoudis, nasceu em Dessau, Alemanha em 1930. Radicou-se no Brasil a partir de 1938. Estudou desenho e pintura em São Paulo e Porto Alegre. De 1952 até 1955, prosseguiu seus estudos na Academia de Artes de Dusseldorf na Alemanha.

De volta ao Brasil, participou de inúmeras exposições coletivas e individuais, dentre as quais: V Salão Paulista de Artes Moderna de São Paulo (1956); XV Salão Paulista de Artes Moderna de São Paulo; "10 Artistas Geométricos", Santo André (1966); XVI Salão Paulista de Arte Moderna, São Paulo (1967); II Salão de São Caetano do Sul; Galeria Espaço, São Paulo (1968); II Salão de Artes Plásticas do Noroeste, Penápolis; "Construtivistas e Figurativos da Coleção Spanoudis", Centro de Artes Porto Seguro, São Paulo (1978); "Coleção Theon Spanoudis", Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (1979); II Salão Paulista de Artes Plástica e Visuais, São Paulo (1981); X Salão de Artes Contemporânea, Santo André; II Mostra de Colagem, São Paulo; Kouros Galleery, New York, Estados Unidos; I Salão Paulista de Artes Moderna, Bienal, São Paulo (1982); Brazilian - American Cultural Institute, Washington, Estados Unidos (1983); III Mostra de Colagem, Museu de Imagem e do Som, São Paulo (1984).

Suas obras estão em importantes coleções particulares no Brasil, Alemanha, Holanda, Itália, Grécia, Argentina, Suíça e em acervos oficiais como no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC) e na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

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