Entidades montam Comitê Desarma São Paulo


11/11/2004 19:10

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Encontro reuniu representantes de entidades que difundem a cultura de paz<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Compaz.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Da Redação

Com o objetivo de intensificar a campanha do desarmamento em São Paulo, as entidades que defendem a cultura de paz no Estado reuniram-se na noite desta quarta-feira, 10/11, para apresentar o Comitê Desarma São Paulo, integrado pelo Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), pela Rede Gandhi, pelo Instituto Sou da Paz e pelo Conselho Parlamentar de Cultura de Paz (Conpaz).

O Estatuto do Desarmamento foi aprovado pelo governo federal em 29/12/2003 e proíbe o porte de armas, além de dificultar a compra. A partir da implantação do Estatuto foi desencadeada em todo o país uma campanha para o recolhimento de armas, mediante entrega voluntária. O prazo para a entrega será estendido até junho de 2005 e, além de ter garantido o anonimato, aquele que entrega a arma não precisa dar maiores explicações.

No início da campanha a meta era recolher 80 mil armas. Já foram entregues mais de 200 mil em todo o Brasil, sendo 68 mil só no Estado de São Paulo. O sucesso deve-se a parcerias com prefeituras municipais.

Em 3 de outubro de 2005 será realizado um referendo para que a população se pronuncie a favor ou contra a proibição da fabricação de armas em território nacional.

O Comitê quer divulgar amplamente a campanha e a realização do plebiscito, quer pleitear a ampliação dos postos de recolhimento e quer implementar o desarmamento infantil (inclusive com a proibição de armas de brinquedo). As entidades pretendem alcançar esse objetivo, a partir da maior participação da sociedade civil e da mobilização da comunidade para uma cultura de paz, a qual se baseia em quatro pilares: desarmamento, desenvolvimento, direitos humanos e democracia.

Dados assustadores

Denis Mizne, do Instituto Sou da Paz, informou que, segundo dados da ONU, o Brasil é, no mundo, com exceção das nações em situação de guerra, o país onde ocorrem mais mortes por armas de fogo. "Foram 36 mil homicídios em 2003, o que corresponde a 20% das mortes do planeta, atingindo em sua maioria jovens entre 15 e 24, seja na posição de vítima ou de autor do crime, que travam conhecimento pessoal e se envolvem nesses crimes por motivos banais. Grande parte dessas mortes decorre de armas fabricadas no Brasil".

Participaram do encontro o deputado estadual Hamilton Pereira (PT), Leda Acshermann, do Conasems, Jonas Melman, da Rede Gandhi, Hedio Silva Jr., da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP, Elisabete Santana, Malu Gandra, Douglas Aranão e Maurílio Maldonado, todos do Conpaz.

alesp