Manipulação de verbas

Mauro Alves da Silva, do Grêmio Ser Sudeste, abriu a série de manifestações dos participantes da Tribuna Popular desta quarta-feira, 31/1, denunciando a "manipulação de verbas para o Fundo Municipal da Criança". Segundo ele, as empresas estão destinando verbas para projetos que são de interesse delas e não da criança. Ele alerta para a falta de envio, pelas autoridades, de verba para os pais acompanharem os filhos nas escolas e também para a necessidade de criação de mais escolas em São Paulo.

Zé Povinho

Robson Cezar Correia de Mendonça, do Movimento pelos Direitos da População em Situação de Rua em São Paulo, apresentou seu "filho", o fantoche Zé Povinho, personagem que satiriza o "desgoverno" em São Paulo. Mendonça lembrou as manifestações dos moradores de rua e do prefeito da capital, Gilberto Kassab, durante a inauguração das obras de reforma da praça da Sé, no dia 25/1. A dupla acusou o prefeito de histérico e disse que ele não mandou instalar banheiros públicos no local. Criticou a colocação de grades em volta da praça para impedir os moradores de rua de tomarem banho no local.

Violência nas escolas

As várias formas de violência dentro das escolas foram denunciadas por Cremilda Estella Teixeira, do Núcleo de Apoio a Pais e Alunos (Napa). Segundo ela, a violência física é cada vez maior nas escolas, mas "a pior e maior violência é o descaso das autoridades, dos diretores e dos professores, além da falta de vagas". Ela citou a escola Rui Barbosa, de Taboão da Serra, tida como a melhor escola pública local, onde, diante da falta de vagas, pais de alunos são orientados a matricularem seus filhos em outras escolas. "A supervisora da escola fala claramente aos pais para consertarem as outras escolas " já que a violência e o mau estado de conservação ali são gritantes " e que na Rui Barbosa há listas de espera", afirma.

Ameaça na escola

Izabel Cristina Muller, do Núcleo de Apoio a Pais e Alunos da Zona Leste (Napa/Leste) relatou as dificuldades por que passa em decorrência de problemas que sua filha teve na escola José Bento de Assis, no Jardim Helena. Segundo ela, a estudante está sendo ameaçada de expulsão e suas outras filhas também, depois de um incidente na escola em que a diretoria chamou a polícia. Ela recorreu à Tribuna e pediu ajuda para resolver a situação.

Maus tratos

A cidadã Maria da Conceição Honorato de Souza manifestou sua revolta contra a diretora da escola José Bento de Assis, acusando-a de ser arrogante no tratamento dispensado às crianças e de ter se dirigido a seu filho chamando-o de "coisa". Ela se referiu ainda à prática de maustratos pelos professores contra os alunos da escola.

Protege São Paulo

José Roberto Alves da Silva, do Movimento Comunidade de Olho na Escola Pública (COEP), afirmou que está sendo alvo de críticas, por sua participação na Tribuna Popular, feitas por membros da prefeitura municipal. Segundo ele, isso tem acontecido por suas denúncias contra a condução do Protege São Paulo.

Reclamações aumentam no Napa

Ivone Ribeiro Rodrigues, do Napa/Leste, declarou que tem aumentado o número de reclamações contra a falta de vagas e contra a perseguição dentro das escolas. "Ouvimos relatos de situações em que o professor sai da sala de aula recomendando aos alunos que fiquem comportados. Entretanto, os mais ativos fazem bagunça e se levantam das carteiras." Segundo Ivone, ao voltar para a sala de aula, o professor já entra com pedido de expulsão. Ela reclama que a atuação do Napa é criticada pelas autoridades, contudo, declara que "moramos num pântano, o lugar da cidade que mais sofre com as enchentes, mas sempre atravessamos a cidade para reivindicar nossos direitos".

De onde vem o neoliberalismo?

Anderson Cruz, do Instituto de Educação São Paulo, criticou aqueles que afirmam que o neoliberalismo é praticado apenas pelo PSDB e PFL. Segundo ele, os governos petistas também são neoliberais. "O PT está rendido às elites bandidas e gananciosas do país", afirmou. Para Cruz, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado pelo governo federal, é uma "vergonha", porque não aborda a questão do emprego. "Como um governo pode ser popular assim?", questionou.

Imperialismo teocrático

Sílvio Luiz Del Giudice, presidente da Associação de Moradores do Jardim Tremembé, disse que todas as instituições do Estado de São Paulo estão caóticas. Para ele, os últimos quatro anos de governo do Estado foram os piores, os mais corruptos. "O governo do Estado finge fiscalizar", alegou. Na sua opinião, os deputados desta Casa desconhecem os problemas da segurança no Estado e preferem comprar patinetes para a própria segurança. "Entre o imperialismo selvagem do Bush e o imperialismo teocrático de Lula, fico com o de Lula, que governa em função de Deus", arrematou.

Ambulância-charrete

Luiz Silveira, do Movimento Brasileiro contra a Indústria da Doença, mostrou indignação com o fato de a cidade de São Paulo ter apenas 85 ambulâncias. "Cidadão, se você ficar doente, vai para o hospital de charrete", bradou. Segundo ele, 40% dos formandos de medicina da USP não têm capacidade de atender o povo. Sugeriu que o Cremesp faça um teste nos moldes do realizado pela OAB. Criticou também o atendimento no Hospital do Servidor Público do Estado pela falta de especialistas.

Falta de informação

A promotora popular legal de Taboão da Serra, Vilma Rodrigues, reclamou da falta de informações sobre a Educação. "Ninguém sabe o que significam siglas como PNAE, FNDE e CAE", afirmou. Para ela, este desconhecimento ocorre em Taboão da Serra e em todo o Estado de São Paulo. "Por que não somos informados?", indagou.

Transporte de animais

Renata Garcia considerou o aumento das passagens de ônibus no município de São Paulo "desnecessário". Ela disse que os motoristas precisam de treinamento adequado, pois pensam que transportam animais. Questionou também o fato de a lei que obriga o uso de cinto de segurança não valer para o transporte coletivo. "Só os ricos em seus carrões precisam de segurança?", perguntou. Reclamou também da discriminação das empresas contra as mulheres de mais de 35 anos. "Nós também precisamos de emprego. Chega de discriminação", protestou.

Nova coronelização

Rodolfo Barbosa, da União da Juventude Paulista (UJP), perguntou onde estão os empregos no governo Lula. Afirmou que no governo do Estado de São Paulo foram criados vários programas de geração de emprego, enquanto o governo federal aumentou impostos e a taxa de juros. "Esse governo só pensa no próprio umbigo", disse. "O programa do Lula é o PLC " Programa de Loteamento de Cargos", completou. Criticou o aumento do bolsa-família e classificou o programa de uma "nova coronelização do Estado".