Com a entrega de placas comemorativas e alusivas aos 100 anos da imigração japonesa no Brasil, foram homenageados na noite desta segunda-feira, 16/6, o empresário Shunji Nishimura, na pessoa de seu filho, Shiro Nishimura, o músico e professor Yoshitame Fukuda, e a artista plástica Tomie Ohtake, na Assembléia Legislativa paulista. Ocuparam a tribuna para saudar os homenageados os deputados e membros da comissão de comemoração do centenário na Assembléia, Said Mourad (PSC), Maria Lúcia Prandi (PT) e Barros Munhoz, líder do Governo, que falaram de suas experiências, sempre positivas, no convívio com os japoneses e seus descendentes: enquanto Said falou da semelhança que todos os imigrantes têm entre si " Said é filho de libanês " de um começo difícil quando ainda não se domina a língua e a comunicação é difícil; Prandi relembrou os belos sítios de japoneses da sua infância, em Santos, e de como ela abraçou a causa de recuperar para a colônia a escola japonesa de Santos; e Barros Munhoz contou do amor pela terra que ele identificou nos japoneses quando, por força do cargo enquanto secretário de agricultura, conviveu com a colônia de uma maneira bem próxima. A platéia, de maioria de origem japonesa, aplaudiu ainda a apresentação do quinteto "Sol Nascente" que tocou as músicas Terra Natal, Mil Ventos e Carinhoso. O deputado Samuel Moreira, presidente da comissão na Assembléia, lembrou da contribuição dos japoneses e sua "integração absoluta" com a cultura brasileira, mesclando-se, desde a chegada do Kasato Maru e se constituindo, no Brasil, na maior colônia japonesa fora do Japão, com 1,5 milhão de nipo-brasileiros. No encerramento, o presidente da comissão das comemorações do centenário em São Paulo, Kokei Uehara, agradeceu à Casa pelas homenagens, e fez comentários emocionados sobre sua experiência de imigrante: "Vivi 71 dos 100 anos da imigração japonesa neste país", disse, e lembrou da origem humilde dos imigrantes japoneses: "Eu vim da enxada, lá de Olímpia, puxador de enxada (que trabalha) de sol a sol". Uehara elogiou o Brasil pela sua diversidade pela convivência harmônica entre culturas de origens diferentes: "Este centenário não é apenas para comemorar os 100 anos da imigração. Gostaria de mostrar ao mundo que este país é diferente dos outros. Em todas as famílias tem negro, branco e amarelo vivendo em paz". O presidente Vaz de Lima quis fazer mais duas últimas homenagens: primeiro, aos funcionários e a todos aqueles que possibilitam o funcionamento da Casa, na pessoa da servidora Emília Naomi Todo Liem, e ao ex-deputado Paulo Kobayashi, presidente da Assembléia Legislativa de 1997 a 1999, falecido em abril de 2005. Em seguida, foi oferecido um coquetel para os presentes no Hall Monumental.