No dia 19/1, o jornal Folha de São Paulo publicou no caderno Cotidiano a notícia de que a chuva matou o dobro do que no último verão. Infelizmente, são cada dia mais comuns, e também mais dramáticas, as imagens de tragédias que matam pessoas em todo o mundo. No Brasil, nos últimos meses, e como já citei em artigo anterior publicado neste espaço, pudemos acompanhar aterrorizados fotos e vídeos de deslizamentos em diversas cidades. Em São Paulo, até mesmo cidades do interior se viram alagadas. As imagens dos últimos dias resumem bem o que vem acontecendo: morros e casas desabando, morte, dor, sofrimento, pessoas e automóveis sendo tragados pelas fortes águas. Mas será mesmo que a culpa é apenas das chuvas como todos dizem? Nesse caso, não há apenas um culpado, todos nós somos réus e também vítimas. Na verdade, o meio ambiente tem sentido da pior forma a nossa intromissão. É perfeitamente aceitável que as chuvas intensas atinjam um país de clima subtropical, mas suas implicações podem e devem ser trabalhadas. Acontece que já fizemos o favor de desmatar a cobertura florestal natural das encostas dos rios e dos topos dos morros, só que essa cobertura serve para proteger o solo da erosão provocada por chuvas e evita que a água da chuva provoque inundações rápidas. Além disso, é muito comum a construção de casas em locais propícios a deslizamento, o que piora ainda mais a situação. O aumento das temperaturas em todo o mundo, e em especial por aqui, também tem contribuído para todo esse descontrole climático. Esse tema tem sido abordado em todo o mundo e os principais vestibulares do país também têm ampliado a discussão sobre este assunto. O aquecimento global refere-se ao aumento da temperatura média dos oceanos e do ar perto da superfície da Terra. Acredita-se que grande parte do problema se deve ao efeito estufa, causado pelo aumento nas concentrações de gases estufa provocados por nós, inclusive pelo excesso de uso de energia e pela poluição. Esse aquecimento tem aumentado o nível do mar, e isso é tão preocupante que existe a possibilidade de que em pouco tempo a Ilhas Maldivas desapareçam. Do ponto de vista científico ainda existem muitas incertezas mas, mesmo assim, é possível que cada um faça a sua parte, como por exemplo: não cortar árvores, evitar queimadas, não jogar lixo nas ruas, diminuir o uso da água e reciclar. É importante fiscalizar a construção de casas em locais de risco e também as áreas em que é necessário algum tipo de replantio. Nós alteramos o meio ambiente, ou seja, a responsabilidade se estende para toda a sociedade. Não podemos deixar o nosso território ainda mais vulnerável para catástrofes naturais. É importante que as pessoas sejam conscientizadas por meio de debates públicos, através de projetos escolares e conversas informais. Se não podemos mudar o mundo inteiro com as nossas ações, ao menos mudaremos o nosso mundo particular, e juntos provocaremos mudanças efetivas. *Gilmaci Santos é deputado estadual pelo PRB e presidente estadual do partido. Também participa das comissões de Defesa dos Direitos do Consumidor e de Economia e Planejamento.