Acervo Artístico: Heri redescobre o classicismo através de penetrante observação da realidade

Emanuel von Lauenstein Massarani Emanuel von Lauenstein Massarani
03/03/2004 14:00

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Clique para ver a imagem " alt="Obra "Um raio de sol", doada ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa. Clique para ver a imagem "> Tânia Heri Uesugui (Pseudônio artístico: Heri)<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/tania3.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Iraquiana, figura a pastel.<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/tania2.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Heri escolheu para temas de suas paisagens "cenários difíceis" das terras que visita, mas os escolheu porque os sente como "seus". Seus segredos e suas cores, antes de estarem sobre sua palheta, foram diluídos e distendidos "dentro de si", como as estrofes de uma poesia que, antes de se tornar ritmo, é uma "voz interior".

Para o observador, olhar as obras dessa artista - recente no metier - é como admirar uma paisagem, um canto de natureza, debruçando-se do alto de uma montanha ou de um abismo. A primeira impressão que se tem é aquela da imensidão, do infinito, de uma dimensão, em que as particularidades, os desvios e o limitado se diluem na unidade do conjunto.

A realidade verdadeira que se destaca na tela é a de uma terra áspera e diversificada, que não tem nada de artificial, de construído, de limitado, pois é a terra que de fato "sentiu". Não seria possível traduzir sobre a tela visões e tonalidades de uma paisagem que, embora sugestiva, é tão difícil de ser revelada nos seus contrastes e nas suas nuances, sem a emoção e a técnica que a artista vem desenvolvendo.

Heri consegue, como na obra Um raio de sol, doada ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa, um cromatismo perfeito, com nuances de luzes que valorizam e detalham o conjunto da composição. Sua pintura é, pois, genuína como o cantar que floresce nos lábios, espontaneamente, quando estamos submersos na beleza pura da natureza.

Por outro lado em Iraquiana, uma de suas figuras a pastel, a artista demonstra uma penetrante observação da realidade, segurança do desenho nos mínimos detalhes. O agudo inteirar-se do personagem, moral e psicologicamente, colocam a pintora sobre um plano de novo classicismo redescoberto.



A Artista

Heri, pseudônimo artístico de Tânia Heri Uesugui, nasceu em São Paulo, em 1953. Formou-se bacharel em direito pela Universidade de São Paulo, com extensão universitária e de especialização voltada para a área de Recursos Humanos e Direito do Trabalho.

Seu interesse pelas artes surgiu na infância, por influência de sua mãe, que é pintora, mas somente em 1999 iniciou seus estudos de desenho e pintura, realizando vários cursos na Academia Brasileira de Arte (ABRA): pintura com a professora Raquel Guida e desenho e pintura com o professor Maurício Takiguthi.

Atualmente a artista tem como objetivo estudar para se desenvolver tecnicamente em desenho e, especialmente, em pintura a óleo. Pretende, assim, produzir trabalhos que transcendam ao academismo, fugindo um pouco da rigidez de suas regras e buscando uma abordagem mais próxima à dos pintores realistas americanos. Para tanto, procura recorrer à variação técnica, ou seja, aplicação de tinta mais pastosa, arrojo na luminosidade das cores, variação nas pinceladas, ênfase nos movimentos etc.

Entre suas recentes exposições destacam-se: Salão em Homenagem à Mulher, Núcleo de Arte e Cultura do Litoral Paulista, Santos, SP; 16º Salão de Arte, Associação Comercial de São Paulo.

alesp