"Não" foi a resposta à demagogia

Opinião
27/10/2005 17:10

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Afanasio Jazadji<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/afanasio.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O 23 de outubro foi histórico. Nele, o povo brasileiro provou que não é bobo. A adesão de praticamente dois terços da população ao "não" no referendo sobre armas foi uma resposta à demagogia do governo federal e de governos de Estados, como São Paulo, que investem pouco em segurança pública e tentam enganar os cidadãos por meio de propaganda. No referendo, foram derrotados profetas do mensalão e defensores dos direitos humanos de bandidos, assim como a maior rede de televisão do País, que liberou seus artistas para fazer propaganda pelo "sim", uma tese rejeitada pelo Brasil inteiro.

Por que não promover, então, plebiscitos sobre temas polêmicos e de grande interesse da população? Aborto, maioridade penal, casamento entre homossexuais, prisão perpétua, pena de morte: vamos ouvir a voz do povo! Esse povo já deu seu recado com vistas às eleições de 2006: aprendeu a conhecer os fatos e não vai mais na onda dos marqueteiros e das promessas.

Como jornalista e radialista com mais de 35 anos de experiência na área da segurança pública e como deputado estadual acostumado a discutir leis em benefício da população, manifestei, desde o lançamento do absurdo Estatuto do Desarmamento e da proposta de um referendo, opinião radicalmente contrária à proibição do uso de armas por pessoas de bem, interessadas em se defender do ataque de bandidos. Felizmente, vejo que minha tese prevaleceu. E a vitória é de todo o povo brasileiro. O resultado do referendo mostra que o povo evoluiu.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem insistido, por meio de seus em inflamados e desastrosos discursos diários, que o Brasil evoluiu, que a economia vai bem e que o povo está mais feliz. Acostumado a viajar pelo mundo, ele finge não prestar atenção à própria terra, onde persistem os altos índices de desemprego, de problemas sociais e de criminalidade. Neste ano, o governo federal está gastando apenas R$ 109 milhões com segurança pública, enquanto o dispensável referendo do dia 23 custou aos cofres da Nação mais de R$ 500 milhões.

Com isso, dá para compreender por que mais de 60% do País disseram "não" à proposta de desarmamento. Foi um "não" também ao governo Lula e a governos estaduais que ocultam a realidade e tentam transferir responsabilidades: o povo sabe que, para combater o crime, é preciso investir em polícias e em presídios. Portanto, esse "não" foi dado igualmente pelo povo de São Paulo ao governador que saiu a campo para defender o "sim".

Nosso Estado, a exemplo do resto do Brasil, votou de modo incisivo pelo "não". Em algumas cidades, a rejeição ao desarmamento foi ainda maior, como Santos: 67,22% a 35,42%. Presidente Bernardes, município onde fica o presídio de segurança máxima, foi contundente: 68,96% a 31,04%. Campinas ficou com 58,79% a 41,21%. E São Bernardo do Campo, onde Lula surgiu para a política, já não se deixa enganar: 68,96% a 31,04%. Dada a resposta, o brasileiro provou que sabe votar. E voltará a mostrar isso nas eleições de 2006!

*Afanasio Jazadji é deputado Estadual, presidente da Comissão de Segurança Pública.

alesp