Nova concepção de colher de pedreiro promete maior produtividade


26/08/2008 20:09

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Reunião da Comissão de Relações do Trabalho<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2008/COM REL TRAB BRAGATO HAMILTO E ADILSON 964 MAU.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  Adilson Campos de Barros<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2008/COM REL TRAB prof Adilson Campos de Barros01 MAU.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Uma audiência pública diferente, que saiu do debate teórico e foi para a prática. Assim classificou o deputado Mauro Bragato (PSDB) a exposição e demonstração feita pelo engenheiro Adilson Campos de Barros na audiência pública que tratou de uma nova concepção para a colher de pedreiro, ferramenta de trabalho da construção civil usado em todo o mundo.

A audiência, ocorrida nesta terça-feira, 26/8, foi coordenada pelo deputado Hamilton Pereira (PT), presidente da Comissão de Relações do Trabalho, e contou com a presença de representantes do Ministério Público do Trabalho, dos sindicatos da indústria e dos trabalhadores da construção civil.

No desenho inovador da ferramenta, a lâmina tem o mesmo tamanho das tradicionais, mas o centro de gravidade da colher é deslocado para frente, a um terço do limite posterior da lâmina, onde é fixado o cabo da ferramenta. O terço posterior é cortado em ângulo que forma uma asa delta.



Debate e análise



Segundo o engenheiro que projetou a ferramenta, as mudanças garantem maior produtividade e menor esforço físico do trabalhador. Após a demonstração feita com a colher de pedreiro tradicional e a chamada asa delta, foi unânime a concordância sobre a maior produtividade do novo modelo, já quanto aos benefícios para o trabalhador da construção civil, houve questionamentos entre presentes, especialmente no que se refere às vantagens do novo desenho na prevenção da LER, conjunto de doenças causadas por esforço repetitivo.

Para a representante do Ministério Público do Trabalho, Caetana Diniz Marinho Taveira, não se pode afirmar que a simples utilização de uma instrumento que proporcione menor esforço físico implique reais melhorias para a saúde do trabalho, especialmente porque, conforme informado, a nova colher será fabricada em três tamanhos. E explica: "o empregado poderá ser obrigado a utilizar sempre uma colher de tamanho maior, o que pode anular o benefício do menor esforço". Assessor da bancada do PT cobrou dados mais objetivos para comprovação das vantagens, tais como quantidade de horas gastas pelos trabalhadores, e falou também da necessidade de normatização das ferramentas.

A colher de pedreiro com desenho inovador foi patenteada por Campos de Barros e, segundo ele, está em processo final de fabricação em indústria brasileira e deverá estar no mercado dentro de 45 dias. O engenheiro conta que ele próprio sentiu as dores físicas provocadas pelo manejo da ferramenta quando, no Canadá, trabalhou na construção civil para custear seus estudos. "Tenho seqüelas daquela época e passei a estudar uma alternativa para um utensílio empregado usualmente há mais de cinco mil anos em todo o mundo", afirmou Campos de Barros, que pleiteou da Comissão de Relações do Trabalho a análise da ferramenta.

Hamilton Pereira salientou que a contribuição trazida pelo engenheiro é muito bem recebida e deve abrir espaço para outras iniciativas que tragam possibilidade de preservação da integridade da saúde do trabalhador da construção civil. Ele solicitou ao engenheiro que encaminhe à comissão a solicitação de análise da nova colher de pedreiro, em vista da impossibilidade de deliberações na audiência desta tarde, pela falta de quórum.

alesp