Interpretações emblemáticas criam nas abstrações de Laaigon uma dicotomia metafísica

Acervo Artístico
14/06/2005 17:30

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Laaigon, pseudônimo artístico de Laís da Conceição Gonçalves<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/laaigon.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Obra "Fundo do Mar", doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Laaigon Fundo do mar.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A pintura de Laaigon, com o seu mundo de imagens espaciais e submersas, se insere, "tout court", no centro do abstracionismo internacional, ainda vivo nos jovens que desejam permanecer no campo da pintura e não daquele ambíguo da tecnologia.

Trata-se de uma arte de dicotomia metafísica, da qual uma parte deseja penetrar na essência da coisa, transfigurando ou anulando o "dado natural", e outra que se limita tão somente a observar as coisas e colocá-las em relação à razão.

A autora parece ter recebido intuitivamente os dois chamamentos metafísicos no fundo de sua consciência autocrítica. Tanto que, de um lado, motiva as suas razões de ordem de clareza e de evidência cartesiana e, de outro, não desleixa em suas intervenções irracionais, que a conduzem mais facilmente e dilatam seu discurso em sentidos múltiplos.

Experimentando fibras naturais, colhidas de uma espécie de coqueiro, denominado cocus russiphera, a artista busca valorizar o espaço, justapondo-as dentro da superfície composta. Dessa maneira, manifesta sua necessidade de exprimir com mais liberdade, no mesmo espaço, até a eliminação radical de toda forma constituída de signo codificado.

Com maior depuração dos elementos da composição, a tela na obra de Laaigon adquire tanto em vibração quanto em profundidade e se torna decisivamente abstrata e independente.

A obra "Fundo do Mar", doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, modulada com comedido ritmo e com rigorosa paginação, na sua extrema simplificação dialética e com cromatismo vibrante é percorrida de instantes sensíveis, de luzes sutis e se presta, muitas vezes, a interpretações emblemáticas e oníricas.



A Artista

Laaigon, pseudônimo artístico de Laís da Conceição Gonçalves, nasceu em Lutécia, SP, em 1954. Formou-se em educação artística e em desenho, pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo (1976/1997), e frequentou curso de desenho sob a orientação do professor José Teixeira Gonçalves e óleo sobre tela com a professora Dalva de Andrade.

Desde 1974, participa de diversas exposições coletivas, destacando-se entre elas: IX Pinturas e Desenhos, Lions Club de São Paulo (1976); I Salão de Artes Plásticas da ACM de Sorocaba (1978); VI Salão Ararense de Artes Plásticas, SP (1980); Galeria Bauhaus de Londrina, PR (1985); Espaço Cultural Medcenter Centro, SP (1996); I Salão Oficial de Artes Plásticas e Design, SP; "Brasil 500 Anos", Centro Cultural Aricanduva; Instituto de Cultura, Ciências, Letras e Artes, SP; "Arte Mulher", Espaço Cultural Leonardo Da Vinci (2000); I Leilão de Arte Solidária, Fundação Gol de Letra, SP (2002); Inauguração do Espaço Cultural Hilton - Academia Brasileira de Arte, Cultura e Historia, SP; New York City Center, Rio de Janeiro; "De mãos dadas", Abensberg e Neustadt, Alemanha; "Independência do Brasil", Espaço Cultural Hilton, SP; "Primavera", Central Plaza Shopping, SP (2002).

Realizou também exposições individuais no Espaço Cultural Brastom, em parceria com a Academia Brasileira de Arte e Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo (2000); Livraria Cultura, Conjunto Nacional, São Paulo (2001); e Galeria Parque Avenida, São Paulo (2002).

Foi catalogada nos livros "Artes Plásticas Brasil", vol. 13 de Julio Louzada e "Arte Brasil", vol. 2. Possui obras em importantes acervos particulares e oficiais como o da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

alesp