Yara Dewachter transforma em arte até mesmo o banal da vida hodierna

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
17/11/2005 17:17

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Yara Dewachter<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/yara 2.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> O que vejo nas tardes de domingo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/O que vejo nas tardes de domingo.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Transformar em arte o que é geralmente considerado banal, o que passa desapercebido aos que transitam pela metrópole, aos que passam pela vida em fuga, é a missão assumida por Yara Dewachter, um misto de pintora e fotógrafa. De sua pesquisa resulta uma iconografia, que aparece como um elo entre o figurativo específico e um cromatismo, seja sintático que psíquico, capazes de adquirir cada vez maior força.

Entre as imagens traçadas de temas muitas vezes conhecidos, como ruas, avenidas, postes, equipamentos de iluminação, internos ou externos, se entrelaçam tensões entre passado e presente, felicidade e medos.

São janelas que parecem abertas revelando recantos do mundo exterior e destacam detalhes de ruas ou de caminhos e se constituem num vão indefinível, num espaço que vibra na lente de uma filmadora cujo "zoom" avança na mão tremula, para descobrir algo de estranho ou de encantador. São relatos fotográficos, ao mesmo tempo dispostos como algo surreal colocado em espaços indefinidos.

Esse espírito de observação, dosado por uma atenção aguda e inquieta, é comprovado através da nitidez e do preciosismo descritivo de Yara Dewachter, que persegue com extremo cuidado certas particularidades e as rende tangíveis. O seu desenho, o seu modo de pintar os equipamentos urbanos, nos transmitem a ilusão do aproximar de uma nova gênesis.

O resultado final de seu trabalho se apresenta como uma montagem executada com a colagem sobre tela de seqüências fotográficas impregnadas de tinta acrílica e encáustica. Bem ilustrativas, suas obras revelam na realidade, as possibilidades da artista de conquistar ângulos obscuros da psique e do existencial. Não há dúvida que Yara Dewachter tem ainda muitas outras coisas para explorar, revelando caminhos secretos de sua realidade.

Na obra "O que vejo nas tardes de domingo", doada ao acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, a artista evidencia sua mensagem gravada através de flagrantes que permaneceram guardados na memória.



A Artista

Yara Dewachter nasceu em São Paulo, em 1969. Formou-se em comunicação social pela UNIP - Universidade Paulista. Desde muito jovem interessou-se pelas artes em geral tendo freqüentado o curso de pintura na Oficina Virgilio, sob a orientação de Osmar Pinheiro, historia da foto montagem e fotografia tridimensional no Instituto Tomie Othake, sob a coordenação de Márcia Xavier, direção e interpretação para cinema e vídeo no Instituto Christina Mutarelli, história da arte e decoração de interiores no Senac de São Paulo, fotografia básica e intermediária no Instituto Focos, desenho com pastel na Faculdade Armando Álvares Penteado e desenho no Instituto Henfil.

Participou ainda de seminários sobre "Documentários em debate" na USP e sobre "Psicanálise e a historia cultural brasileira" no MASP, além de encontros sobre o trabalho do artista no teatro, no Itaú Cultural e sobre mitologias contemporâneas no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

A partir de 1989 participou de exposições individuais e coletivas, entre elas: I e II Mostras de Riacho Grande, Biblioteca Machado de Assis (1989 e 1991); "Sonhos", Projeto de fotos realizados em uma Kombi; Oficina Virgilio (2004); "Grupo 6 x 8", Galeria Estação São Paulo; "Quero ser amigo de Lisette 2", Casa da Xiclet; IV Salão de Artes de Extrema (2005).

Possui obras em acervos particulares e oficiais, notadamente no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp