O presidente da Assembléia Legislativa participou na manhã desta terça-feira, 9/9, na sede do Ministério Público estadual, de uma audiência pública sobre corrupção eleitoral. Ressaltando que "o compromisso do corruptor é apenas consigo mesmo", Vaz de Lima elogiou a iniciativa do procurador-geral de Justiça, Fernando Grella Vieira, enaltecendo a sua "saudável preocupação no combate às fraudes eleitorais". Ele classificou como "particularmente repugnante" a corrupção eleitoral, pois aquele que compra o voto faz do mandato o que bem entender. "Se o processo eleitoral começa viciado, com corrupção ou outro tipo de engodo, o mandato será igualmente corrupto e enganoso", destacou o parlamentar. Sob o aspecto legal, Fernando Grella afirmou que o combate à compra de votos, não é uma opção, mas uma obrigação prescrita pela própria Constituição Federal. "O clientelismo político estimula a troca de votos por favores dos mais variados tipos", afirmou. Grella analisa que se o Estado for eficiente, oferecendo de forma oficial condições sociais dignas à população, o clientelismo perde sua força, vez que esse tipo de situação se prolifera exatamente na miséria. Representando o governador Serra, Luiz Antonio Marrey, secretário da Justiça e Defesa da Cidadania, lembrou que a democracia representativa não se resume ao processo eleitoral. "Os eleitores também devem fiscalizar a conduta do candidato eleito durante o mandato", concluiu. Outros participantes da audiência, como o presidente da Associação Paulista de Magistrados, desembargador Nelson Calandra, alertou que em determinados rincões tem se fraudado eleições com a compra da abstenção, o que possibilitaria a eleição de determinado candidato. Já Pedro Barbosa Pereira Neto, procurador regional eleitoral de São Paulo, entende que "uma legislação eleitoral que sinaliza com a impunidade é perversa, pois quem a transgride sabe que a punição será branda, senão nenhuma". Em entrevista após o encerramento da fase matutina do evento, Vaz de Lima reconheceu os esforços do Ministério Público, dos juízes eleitorais e várias associações que se dedicam no combate à corrupção eleitoral e assegurou que a Assembléia Legislativa também se empenha nessa luta.