Renata Simões pertence à classe de pintores que se inspiram em um próprio mundo poético, que não estão bloqueados em esquemas próprios da pintura realista, mas são sensíveis às solicitações da fantasia e atentos em seguir, por um fio condutor simbólico-narrativo, um particular tipo de idealização da realidade. Artista exótica, culta e sensível, que não pode ser classificada de primitiva, cria composições com cores e ambientação da natureza. Seu refinamento chama a atenção do observador, paralelamente à sua habilidade fundamentalmente artística. O sentido da ação motora e de perspectiva lhe permite dar, a cada quadro, uma ambientação física superior em eficácia. Pintando paisagens exóticas, ricas de luz e de cor, suas criações possuem um sentido cromático, com intensas e acesas contraposições tonais. Essas paisagens, onde terra e céu absorvem uma orgia de tintas, conferem a cenas ou à vegetação que as compõe reflexos e aspectos mágicos evocados com eficácia e convincente linguagem. Em suas obras a limpidez do desenho, o forte cromatismo, o meticuloso cuidado do detalhe e a atmosfera que elabora alcançam uma intensidade criativa e uma calorosa espontaneidade. Pela autenticidade, suas obras expressam pura poesia, aliás, o mundo poético que nelas se move é evidente e tocante. Ela manifesta algo diferente que é tão somente seu: o modo de reduzir certas cores à sua essência e criar um clima de efeitos sugestivos. As obras "Vegetação em Anavilhanas" e "Vitórias-régias na Amazônia", doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, refletem o amor da artista pelo interior do Brasil, seguindo um itinerário de liberdade pintando a terra, rios, valorizando árvores, casas, céu, flores, enfim, regiões que lhe pedem nome e vida, além do tempo. Sua vocação artística não tem obstáculos, mas cria com uma instintiva paixão e um sentido poético incomum. A artista Renata Simões, pseudônimo artístico de Renata Vasconcellos Simões, nasceu em São Paulo em 1969. Interessou-se pela pintura desde os 12 anos de idade, dedicando-se inicialmente a desenhar flores com lápis de cor. Formou-se em direito, profissão que pratica como procuradora do Estado de São Paulo. Pintora autodidata, aproveitou suas viagens de estudo ao exterior para visitar lugares e museus da Europa, Egito e Israel. Demonstrando ser possível uma nova linguagem na pintura de paisagens, por meio do entrelaçamento de tonalidades, que confere maior vibração e leveza à vegetação, participou de diversas exposições em São Paulo e na Bahia: "Paisagens Brasileiras" (2000) e "Paisagens do Brasil: Um novo olhar" (2001), Museu Náutico da Bahia, Salvador, BA; "Pinturas do Brasil", Espaço Cultural da Faculdade de Saúde Pública de São Paulo (2002), Espaço Cultural V Centenário, São Paulo (2005), na Academia Brasileira de Arte, Cultura e História, na Casa da Fazenda do Morumbi e nas bienais internacionais de Florença e de Roma. A artista foi selecionada para o livro "Itália-Brasil, Arte 2007" e "Arte 2011-2012". Possui obras em diversos acervos particulares e oficiais, no exterior, no Brasil e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.