Cartilha lançada por frente parlamentar é mais um instrumento no combate ao crack


09/11/2011 20:43

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Eduardo Strans, Lelio Ferraz de Siqueira Neto, Donisete Braga, Mauro Aranha, Luiz E. Candeiro e Cid Vieira Souza<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/11-2011/CartilhaCRACK09nov11mmyNomeada.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Jovens e familias em busca de informação sobre o crack<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/11-2011/CartilhaCRACK09nov11mmy1.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas deu mais um passo importante na realização de seu trabalho com o lançamento, nesta quarta-feira, 9/11, da cartilha A Droga Não Me Usa, Sou Mais Vida. O evento reuniu representantes de entidades e da sociedade civil no auditório Paulo Kobayashi, na Assembleia Legislativa.

"A cartilha tem o poder de informar e orientar jovens e famílias. É mais uma etapa da frente, que tem conseguido avançar nesse debate de forma suprapartidária", afirmou o deputado Donisete Braga (PT), que coordena a frente parlamentar.

A publicação de 36 páginas fala sobre as características de drogas lícitas e ilícitas e seus malefícios, sobre prevenção e o papel da família no suporte aos jovens que enfrentam esse problema. Traz ainda uma relação de instituições e órgãos de ajuda que atuam na área.

"Trata-se de um material de qualidade, com foco nos jovens e que vai repercutir em todo o Brasil", afirmou o promotor de Justiça Lélio Ferraz de Siqueira Neto, do Núcleo de Infância e Juventude do Ministério Público. Ele destacou ainda o importante papel que o Legislativo passa a exercer para a mobilização da sociedade na prevenção ao uso de drogas.

Durante o encontro, Eduardo Stranz, da Confederação Nacional dos Municípios, apresentou o recorte estadual de uma pesquisa nacional divulgada no início desta semana pelo portal Observatório do Crack, uma iniciativa da CNM.

A entidade obteve resposta de 545 municípios paulistas. Entre eles, 531 afirmam que o consumo de drogas já é detectável na cidade e 392 indicam problemas com crack e outras drogas. De acordo com o levantamento, o nível de consumo é alto em 181 cidades.

Outro problema apontado na pesquisa é a falta de programas e redes de assistência para acolher os narcodependentes. Segundo Stranz, o fato de 61,4% dos gestores municipais apontarem o uso do crack como um problema de saúde "é sinal de que as cidades não estão mais lidando com a prevenção, e sim com o tratamento de jovens. Como não existe uma rede integrada de assistência, isso se torna um grande problema".

A necessidade de uma rede de assistência que articule os Poderes federal, estadual e municipal, foi defendida por Ariel de Castro Alves, da Comissão da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e por Donisete Braga. "Essa integração vai permitir a repressão ao tráfico e a criação de políticas de prevenção, com o aumento de recursos e do número de leitos hospitalares para tratamento, e a valorização de igrejas e ONGs que atuam nessa área", disse Braga.

Identificar e localizar todas as instâncias de assistência aos dependentes de drogas é fundamental, avaliou o presidente do Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas, Mauro Aranha. "Estamos formando um grupo de trabalho para oferecer sugestões à regulamentação das comunidades terapêuticas no Estado de São Paulo", informou. Ele acredita que até o final do próximo semestre uma proposta nesse sentido deve ser concluída.

O evento contou ainda com a participação de Luiz Fernando Cauduro, vice-presidente da Federação Brasileira Amor Exigente; Cid Vieira de Souza Filho, coordenador da Comissão de Estudos sobre Educação e Prevenção de Drogas e Afins da OAB/SP; e dos deputados Jooji Hato (PMDB) e Olimpio Gomes (PDT).

A missionária Rosangela di Giorgi, do Ministério Nova Vida/Igreja Bola de Neve, apresentou uma dramatização, curta e quase sem palavras, de sua própria história de envolvimento com as drogas, do álcool ao crack, e de como conseguiu escapar desse inferno. "Eu sou uma exceção", ela reconheceu. Essa constatação foi reforçada quando o deputado Donisete Braga lembrou que, durante visita da frente à Cracolândia, em 21/6, os parlamentares foram abordados por um menino de 12 anos, que pediu ajuda aos parlamentares e foi encaminhado para um centro de referência. Depois de 24 horas, ele estava de volta às ruas e às drogas. (mlf)

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