Mulheres nikkeis realizam fórum na Assembléia


24/06/2005 19:35

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festividades dos 50 anos da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa " Bunkyo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/mulhnikkeis1.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Como parte das festividades dos 50 anos da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa " Bunkyo, foi realizado no auditório Franco Montoro da Assembléia Legislativa, nesta sexta-feira, 24/6, o Fórum Feminino das Mulheres Nikkeis. Fundada com o objetivo de preservar a cultura japonesa para seus descendentes e divulgá-la a toda sociedade brasileira, a Bunkyo tem como foco principal aprofundar a compreensão e a amizade entre os povos brasileiro e japonês.

Na abertura do fórum, o cônsul-geral adjunto do Japão em São Paulo, Jiro Maruhashi, e o presidente da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa, professor Kokei Uehara, enalteceram o papel feminino da mulher na sociedade. Para Maruhashi, o fórum é de extrema importância, pois o Japão é muito conservador e ações desta natureza contribuem para mudar o tratamento dispensado às mulheres, adaptando-se aos padrões ocidentais. "Em 1989, foi aprovada lei no Japão que obriga as empresas a tratar com isonomia os funcionários, independente do gênero, o que foi uma evolução", disse Maruhashi, lembrando que o espírito de desafio das mulheres deve ser admirado e respeitado.

O cônsul considera que o Japão enfrenta problemas, uma vez que a população idosa vem aumentando no país, ao passo em que diminui o número de crianças. "O governo japonês está atento e procura soluções. Passa a vigorar, no próximo dia 7/7, lei que permite aos homens usufruir de férias para cuidar dos filhos", afirmou o cônsul.

O professor Uehara concordou com as palavras do cônsul e disse que a humanidade é feita de homens e mulheres, por isso incomoda profundamente o domínio dos homens em cargos públicos. "O fórum é o primeiro passo para que as mulheres " entre elas as nikeis " assumam cargos de comando na política local, estadual, nacional e internacional."

Mesa debatedora

A mesa de palestrantes foi formada por diversas personalidades, que atuam em vários segmentos da sociedade. São elas: Wilma Motta, vice-presidente da Fundação Sérgio Motta; Consuelo Yoshida, desembargadora federal; Midory Higuchi, diretora do Memorial do Imigrante; Inês Kawamoto, vice-prefeita de Registro; Flávia Yuri Yamamura, capitão-tenente da Marinha do Brasil; Ayako Sakamoto, diretora do Colégio e Faculdade Brasília; Naomi Munakata, maestrina do Coral da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo; Cecília Suzuki, artista plástica; Rita Okamura, coordenadora do Centro de Memória Audiovisual da Fundação Padre Anchieta; e a cineasta Tizuka Yamazaki.

Wilma Motta abriu os trabalhos, comentando sua trajetória pessoal e a satisfação em participar de forma ativa nas mudanças da sociedade. Afirmou que o país passa por um momento marcante: "a consolidação da democracia, que nos dá força para enfrentar desafios". Wilma disse ainda que "o espaço para discussão do papel da mulher não pode ser adquirido por concessão, e sim direito adquirido mediante conquistas femininas".

A cineasta Tizuka Yamazaki relatou que sua família, diferentemente de outras, foi marcada pelo matriarcado, já que tanto sua avó quanto sua mãe viuvaram muito cedo e tiveram de assumir as responsabilidades da casa. "Nunca me disseram que os homens é que dominavam", disse ela. A cineasta destacou o papel da mulher imigrante, sua relação com o trabalho, com a família e seu protagonismo nas transformações culturais.

alesp