A obra escultórica de Regina Dutra: uma evocação às referências da cultura indígena

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
13/11/2006 15:47

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Regina Dutra<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/M-Regina Dutra.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> <i>Arcos</i><a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/M-Regina Dutra-arcos.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Regina Dutra ama com entusiasmo seu métier, que durante muitos anos transmitiu a uma plêiade de jovens. Sua relação física com a matéria constitui um precioso índice de suas qualidades. Escultora e pintora de instinto, ela demonstrou, desde os primórdios de seus trabalhos, um temperamento criativo, aliado a uma força expressiva exemplar.

Na escolha da matéria que opera dia após dia, a artista revela um sentido do sacro, incomum nos artistas contemporâneos. Usando inicialmente a cerâmica, o barro, a pedra e, como correspondente dos arquétipos representativos das hodiernas exigências, o metal ou outras ligas, ela funde e procura formas congênitas. Essas formas se soldam numa plasticidade repleta de luzes, sombras e movimento.

Em suas esculturas em cerâmica e objetos, intuímos um lance vital, sem inibições, que se traduz em efeitos cromáticos materializados, tanto no ferro quanto nas cerâmicas, unidos na elaboração de suas obras.

Não há duvida de que nas obras de Regina Dutra, o componente informal " primeira expressão da sensibilidade da artista " se transforma em componente integrante de uma visão mais complexa do elemento figurativo, evocativo por sua vez de tradições ou referências de nossa cultura indígena.

A obra Arcos, doada ao Museu de Arte do Parlamento do Estado de São Paulo, é uma composição feita em ferro e cerâmica em duas tonalidades, na qual o figurativo é um momento de reflexão, uma descoberta, uma intuição do gesto, do essencial e, por que não, uma evidência de valor e de aspiração.

A artista

Regina Dutra, nome artístico de Regina Helena Dutra Rodrigues Ferreira da Silva, nasceu em 1942, em São Paulo. De 1976 a 1987, ministrou aulas de história da arte na Faculdade de Artes Plásticas, da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), e de 1983 a 1986, ministrou aulas de história da arte na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUC de Campinas. Foi pesquisadora de assuntos culturais no IDART, Secretaria Municipal da Cultura, em 1976 e 1977. A partir de 1987, passou a se dedicar exclusivamente às artes plásticas em seu ateliê.

Participou de inúmeras exposições, individuais e coletivas, destacando-se entre elas: 8º Salão da Gravura Contemporânea em São Caetano e IV Encontro Jundiaiense de Arte (1975); XI Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba (1978); XII Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba e II Salão Nacional de Artes Plásticas, Rio de Janeiro (1979); XV Salão de Arte Contemporânea, Ribeirão Preto, e 8º Salão de Artes Plásticas de Rio Claro (1990); Projeto "Parceiros do Rio Tietê" (1991); I Mostra do Espaço Cultural do Sesc, na avenida Paulista, São Paulo, e XVII Salão de Arte Contemporânea, Ribeirão Preto (1992); "Aquarelas", Museu da Imagem e Som de Campos do Jordão e I Salão Paulista de "Aquarelas", Faculdade Santa Marcelina (1993); Atelier Francesco Domingo, MAC-USP, e Salão de Arte Adriana Ackel (1995); 1º Mostra de Artes Plásticas, Galeria Mali-Villas Boas, e 1ª Mostra do Projeto em Torno (1997); I Mostra de Pratos, Companhia Asiática (1998); 27º Salão de Artes Plásticas Bunkyo, Sociedade de Cultura Japonesa; II e III Salão de Arte e Craft Brasil Japão, Sociedade de Cultura Japonesa e Comissão de Arte Koguei (1998/2000); e 28º Salão de Artes Plásticas Bunkyo (2000).

Possui obras em diversas coleções particulares no Brasil e no exterior e no acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

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