Homenagem a Paulo Freire celebra 90 anos de seu nascimento


02/09/2011 19:55

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Professores e estudiosos da área acompanham no auditório Franco Montoro<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2011/MAC  (2).jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Paulo Freire<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2011/MAC  20.JPG' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Ato solene homenageia Paulo Freire na Alesp<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2011/MAC4.JPG' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Método de ensino do educador é referência mundial



A Assembleia paulista prestou homenagem, nesta quinta-feira, 1º/9, à memória do educador Paulo Freire, que completaria na data 90 anos. Freire faleceu em 2 de maio de 1997. A cerimônia foi iniciativa do deputado Adriano Diogo (PT), que possibilitou a digitalização de imagens usadas no vídeo Paulo Freire, Cidadão do Mundo, apresentado na abertura da festividade.

O vídeo, elaborado por Marcelo Zelic, coordenador do projeto Armazém da Memória, exibe imagens inéditas do educador, entregues pela viúva de Paulo Freire, a professora doutora Ana Maria Araújo Freire, também presente ao ato solene.

Para Zelic, conservar a memória de um brasileiro da importância de Freire é fazer a ponte entre passado, presente e futuro: "Homenageá-lo trazendo à tona esses materiais é objetivo fundamental para a troca de ideias entre as gerações", disse, e finalizou: "É o que faço no Arquivo da Memória".

A titular da cátedra Paulo Freire da PUC-SP, Ana Maria Saul, enfatizou que "homenagear o pensador, como ele gostaria, é estudar sua obra e prática para compreendê-lo e reinventá-lo". A professora relatou as atividades promovidas pela cátedra no âmbito acadêmico, no objetivo "de dialogar a partir de seu legado", destacando a honra e responsabilidade de estar à frente de tal incubência.

Adriano Diogo, ao lembrar que a ex-prefeita Luiza Erundina nomeou Paulo Freire secretário municipal da Educação paulistana, afirmou: "Este homem nunca abriu mão da luta de classes."

Estiveram também presentes ao ato solene as professoras Lisete Arelaro, coordenadora da Faculdade de Educação da USP, e Heloísa de Faria Cruz, coordenadora do Cedic/PUC-SP.



Paulo Freire



Paulo Reglus Neves Freire nasceu em 19 de setembro de 1921, em Recife, Pernambuco. Graduado pela Faculdade de Direito do Recife, foi professor de Língua Portuguesa do Colégio Oswaldo Cruz e diretor do setor de Educação e Cultura do Sesi, de 1947 a 1954, e seu superintendente de 1954 a 1957.

Casou-se, em 1944, com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira, com quem teve cinco filhos. Após a morte de sua primeira esposa, casou-se com Ana Maria Araújo Freire, uma ex-aluna.

Sua filosofia educacional manifestou-se pela primeira vez em 1958, na tese apresentada em concurso para a Universidade do Recife, e, mais tarde, como professor de História e Filosofia da Educação da universidade e em suas primeiras experiências de alfabetização de adultos na cidade de Angicos, Rio Grande do Norte, em 1963.

A metodologia por ele desenvolvida foi muito utilizada no Brasil em campanhas de alfabetização e, por isso, ele foi acusado de subverter a ordem instituída, sendo preso após o golpe militar de 1964. Depois de 72 dias de reclusão, teve que deixar o país. Exilou-se primeiro no Chile, onde desenvolveu, por cinco anos, trabalhos em programas de educação de adultos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária (Icira). Foi quando escreveu sua principal obra, Pedagogia do Oprimido.

Em 1969, trabalhou como professor na Universidade de Harvard, onde colaborou com grupos voltados a novas experiências educacionais nas zonas rurais e urbanas. Nos dez anos seguintes, foi consultor especial do Departamento de Educação do Conselho Mundial das Igrejas, em Genebra, Suíça. Nesse período, deu consultoria educacional a vários governos do terceiro mundo, principalmente na África. Em 1980, após 16 anos de exílio, voltou ao Brasil. Lecionou na Unicamp e na PUC-SP.

Em 1989, tornou-se secretário da Educação na capital paulista, quando implementou movimentos de alfabetização e de revisão curricular, e empenhou-se na recuperação salarial dos professores.



A obra e o reconhecimento



Entre suas principais publicações destacam-se Educação: Prática da Liberdade (1967), Pedagogia do Oprimido (1968), Cartas à Guiné-Bissau (1975), Pedagogia da Esperança (1992) e À Sombra desta Mangueira (1995). Além de ter seu nome adotado por muitas instituições, é cidadão honorário de várias cidades no Brasil e no exterior.

Recebeu o título de doutor honoris causa de 27 universidades. Por seus trabalhos na área educacional recebeu, entre outros, os seguintes prêmios: Prêmio Rei Balduíno para o Desenvolvimento (Bélgica, 1980); Prêmio Unesco da Educação para a Paz (1986) e Prêmio Andres Bello da Organização dos Estados Americanos, como Educador do Continentes (1992). Em 10 de abril de 1997, lançou sua última obra: Pedagogia da Autonomia - Saberes necessários à prática educativa.

Paulo Freire faleceu no dia 2 de maio de 1997, em São Paulo, vítima de um infarto agudo do miocárdio.



Fonte: Instituto Paulo Freire, www.paulofreire.org

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