Opinião - Geração do etanol a partir da Batata-Doce


03/02/2010 16:49

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A busca pela produção de "Combustíveis limpos" não derivados de petróleo e fontes minerais tem incentivado e impulsionado as pesquisas para a produção de álcool a partir da batata-doce no Brasil. Estudo realizado pela Embrapa (2008) apresenta diagnóstico que em média, uma tonelada de batata-doce rende até 180 litros de álcool e 300 quilos de resíduos, utilizado para produção de farinha e de ração animal.

Outros fatores denotam a eficiência da geração do etanol a partir da batata-doce, entre eles destacamos a alta produtividade deste tubérculo que está sendo considerado como a mais promissora matéria-prima do etanol fino, é uma cultura adaptada ao clima tropical e subtropical e caracteriza-se pela rusticidade, baixa necessidade de uso de insumos e a alta produtividade de energia (carboidratos) por área e o curto ciclo reprodutivo da batata-doce (4 a 5 meses).

O custo de produção de álcool de batata-doce é menos da metade do que o produto de cana-de-açúcar e torna-se mais competitivo quando adicionamos as externalidades: benefícios sociais e ambientais.

A cultura da batata-doce é mais intensiva em mão-de-obra que a cana-de-açúcar. De acordo com estudos realizados por Rodrigues, Beraldo e Silveira (2009) o projeto batata-doce emprega por hectares em torno de 53 dias/homem, enquanto a cana-de-açúcar utiliza normalmente 47 dias/homem. Não há custos ambientais, porque na produção da batata-doce não há necessidade de queimadas.

A batata-doce, no Brasil, é cultivada, praticamente, em todas as localidades e principalmente como cultura de segurança alimentar em pequenas propriedades rurais. O Estado de São Paulo destaca-se na Região Sudeste com a maior área cultivada comercialmente com está tuberosa (3.114 ha - área colhida), destacando-se três regiões produtoras, representadas pelas localidades de Presidente Prudente, Dracena e Sorocaba, nas quais se cultivam áreas superiores a 2.000, 300 e 250 hectares respectivamente segundo dados do IBGE.

Tenho uma expectativa muito positiva quanto a este projeto, por isso como presidente e fundador da Frente Parlamentar em Defesa dos Assentados, considero-o uma alternativa para diversificação da propriedade e uma alternativa de renda e desenvolvimento rural a agricultores familiares e assentamentos rurais, principalmente quando pesquisas identificam o interesse de compra do produto por outros Estados e países do Primeiro Mundo.

Como membro efetivo da Comissão do Meio Ambiente do Estado de São Paulo é minha obrigação incentivar e trabalhar para que essa produção torne-se realidade, discutindo o marcos legal na legislação que incentivem o produtor a plantar, não nos esquecendo da questão social essencial a região Oeste de nosso Estado.



*Ed Thomas é deputado pelo PSB, criador e coordenador da Frente Parlamentar em Defesa das Apaes, da Frente Parlamentar em Defesa dos Assentados, e membro efetivo das comissões de Promoção Social, Defesa do Meio Ambiente e Serviços e Obras Públicas.

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