Museu de Arte - Daniel Ching

Daniel Ching nos transporta ao Renascimento veneziano em pleno Terceiro Milênio
19/12/2011 10:45

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Daniel na cova dos leões<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/12-2011/Daniel na cova dos leoes.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Daniel Ching<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/12-2011/Danielching.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Através de uma releitura pragmática e de uma linguagem própria, o pintor brasileiro Daniel Ching consegue nos transportar aos séculos onde brilharam Bellini, Mantegna, Giorgione, Piero della Francesca, Antonello, entre outros grandes.

Vale relembrar que a pintura histórica retratando episódios tanto religiosos quanto profanos alcançou grande popularidade em Veneza em plena época do Renascimento. Quinhentos anos depois, bem no início do Novo Milênio, eis que surge em São Paulo um artista com o mesmo interesse em transmitir sua visão de episódios semelhantes.

Um profundo estudioso da Renascença, Andrea Martindale, ao analisar a obra desses mestres, afirma com muita propriedade que: "Os mais belos efeitos da cor se dão quando o contraste entre a intensidade da luz e da sombra atinge o auge".

A obra de Daniel Ching, que utiliza a pintura a óleo sobre pranchas de madeira " tão rara em nossos dias ", busca também uma atitude precisa em relação ao emprego da luz para definir a forma e seus detalhes. Pela sua importância, esse cuidado no equilíbrio da luz merece, sem dúvida, ser destacado.

Nuances de sombra são incorporadas pelo artista ao esquema de cor da pintura, enriquecida pela mixagem de tonalidades claras e escuras que engloba a mistura tradicional de cores complementares. A clareza de sua composição e a profundidade cromática, obtidas pelo contraste das cores primárias, são banhadas de uma luz intensa, aliada a sombras equilibradas.

O sentimento do contexto ou da paisagem constitui um traço característico da pintura de Daniel Ching. Por outro lado, o movimento aparece identificado por uma animação em suspenso e os sentidos são despertados pela cor utilizada e pela detalhada observação da cena que o pintor desenrola aos olhos do espectador.

A obra "Daniel na Cova dos Leões", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, situa o profeta numa paisagem mágica, reminiscência dos cenários criados pelos artistas do início do século XV. O resultado é um estado de espírito peculiarmente evocativo acentuado pela docilidade da presença leonina, dentro de uma caverna sombria. O efeito de conjunto é total. A estrutura pictórica controlada exerce profundo efeito no esboço da cena, seja na pintura, seja na distribuição das figuras e do contexto em que se encontram.



O artista



Daniel Lopes Ching nasceu em São Paulo, em 1968. Dez anos depois, começou a esboçar seus primeiros "desenhos" de super-heróis. Seu primeiro contato com o universo da arte foi aos 16 anos, em um estúdio fotográfico onde aprendeu as técnicas básicas, adquirindo uma grande base em perspectiva e anatomia. Nessa mesma época, ingressou na Associação Paulista de Belas Artes.

O aperfeiçoamento das diversas técnicas ocorreu com o estudo e através da leitura de livros dos grandes mestres do passado e com o mais antigo método de aprendizado: a tentativa e o erro.

A especialização artística veio com trabalhos de criação para agências de publicidade. Em 1993, recebeu o prêmio APBA no II Salão Artístico daquela associação. A partir de 1994, colaborou na Galeria Triângulo como assistente de Ricardo Trevisan, onde teve um panorama sobre a arte contemporânea. Paralelamente, voltou a trabalhar como ilustrador, o que favoreceu sua noção do equilíbrio e do jogo de cores.

De 1996 a 1998, realizou experiências com pintura automotiva em suportes dos mais diversos. No final de 1998, produziu capas para livros e revistas através de computação gráfica. Em 2001 realizou uma viagem de estudos pela Itália percorrendo Roma, Florença e Veneza, sempre à procura de uma definição artística. Voltando a São Paulo assumiu uma postura que o levou a se expressar através de uma releitura da arte renascentista, iniciando, então, a pintura da série Os Doze Profetas.

Sua obra foi selecionada para o livro "Itália"Brasil, Arte 2005" e seus quadros se encontram em coleções particulares e oficiais, destacando-se o Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp