Seminário discute alternativas para produção industrial e desenvolvimento econômico


17/10/2005 20:12

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Mesa do seminário realizado pelo Partido Democrático Brasileiro (PDT)<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/PDTMESA244ROB.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Clique para ver a imagem " alt="Sexto seminário do "Projeto Brasil Trabalhista", cujo objetivo foi debater um programa desenvolvimento para o país Clique para ver a imagem "> Clique para ver a imagem " alt="Deputado Geraldo Vinholi, Paulinho "da Força" e Manoel Dias Clique para ver a imagem ">

O Partido Democrático Brasileiro (PDT) realizou nesta segunda-feira, 17/10, no Auditório Franco Montoro da Assembléia Legislativa, o sexto seminário do Projeto Brasil Trabalhista, cujo objetivo foi debater um programa desenvolvimento para o país.

O evento, realizado por solicitação do segundo secretário, deputado Geraldo Vinholi, teve a finalidade de nortear a atuação dos candidatos às próximas eleições para cargos do Executivo e do Legislativo. O partido apresenta a candidatura ao governo do Estado do o atual líder da bancada na Câmara Municipal de São Paulo, Carlos Apolinário.

O debate foi antecedido por uma palestra do engenheiro Marco Antônio Madureira, professor da Fundação Armando Álvares Penteado e do Instituto de Tecnologia Mauá, que situou o Brasil no quarto e último patamar entre os países industrializados, onde impera o extrativismo, ainda que com algum beneficiamento. "Os Estados Unidos e algumas regiões da Europa detêm tecnologia e criam os produtos. Logo abaixo, em um segundo patamar, temos como exemplo o Japão, cujas empresas são desenvolvedoras de processos produtivos", explicou o professor, ressaltando que o alto desempenho que o país asiático atingiu no desenvolvimento de projetos faz com que, por exemplo, a Toyota japonesa, ainda que com a metade do porte da General Motors de Detroit, atinja o dobro de sua produção.

Ainda acima do Brasil, segundo Madureira, estão os países que, como a China e a Coréia, fornecem mão-de-obra qualificada para a realização dos produtos idealizados na Europa e nos Estados Unidos. "O maior exemplo disso é a Nike, que não possui sequer uma fábrica. Todos os seus esforços se concentram no desenvolvimento de design e de tecnologias". Dessa forma, segundo o professor, o grande salto qualitativo a ser dado pelo país passa necessariamente pela educação, única forma de tornar alguns setores da indústria nacional competitivos no mercado global.

Propostas

O presidente estadual do PTD, Paulo Pereira da Silva, destacou como entrave central ao crescimento econômico o pagamento do serviço da dívida externa, que totalizou R$ 420 bilhões nos últimos três anos. "Precisamos renegociar a dívida. Não há outra saída para viabilizar uma política de juros baixos, que fomente o crescimento", explicou o sindicalista, lembrando que há 30 milhões de desempregados no país, algo em torno de 50% da população economicamente ativa.

Para Nelson Gomes, doutor em engenharia pela Politécnica, basta verificar os embarques no porto de Santos para se ter uma noção do modelo de industrialização implantado no Brasil. "De todo o valor exportado, 66% é referente à produção de quatro montadoras multinacionais", alertou Gomes, lembrando que somente a partir da gestão de Carlos Lessa na presidência do BNDES passou a haver responsabilização das matrizes por dívidas de suas filiais no País. Como exemplo o professor citou a privatização da Eletropaulo pela AES, que fora feita sem nenhuma garantia da multinacional sobre a dívida contraída por sua filial junto ao banco estatal.

Pela ótica de Carlos Lupi, presidente da Fundação Alberto Pasqualini " Leonel Brizola, o estado tem função preponderante no desenvolvimento de tecnologia. "Hoje, a Embraer privatizada pode competir com a Bombardier canadense porque houve 30 anos de investimentos públicos na empresa. O mesmo ocorre com a Petrobras ou com a CSN", enumerou.

Coordenador do Projeto Brasil Trabalhista, Arnaldo Mourthé enfatizou a posição de inferioridade adotada pelo Brasil nas relações internacionais. "Toda a vez que sentamos em uma mesa de negociações, entramos para perder, porque não somos nós que fazemos as regras do jogo. O atual governo vem adotando uma postura de "entrar para perder de pouco", e isso não adianta. Precisamos fazer política e definir estratégias de longo prazo", afirmou o coordenador do projeto, lembrando que o estado de bem-estar social desenvolvido na Europa após a Segunda Grande Guerra já havia sido esboçado por Vargas na ampliação dos direitos trabalhistas e assistenciais. "Precisamos resgatar esse modelo", enfatizou.

Também participou do evento Terezinha Zerbini, do Diretório Nacional do PDT, e o deputado José Bittencourt, há pouco mais de um mês no partido.

alesp