Mais moradias, atendimento oncológico e menos pedágios são os pleitos de Osasco



Com a presença dos deputados Celso Giglio (PSDB), Enio Tatto, Marcos Martins, ambos do PT, Vitor Sapienza (PPS), e do presidente da Câmara Municipal de Osasco, Osvaldo da Silva, o vice-presidente da Comissão de Finanças e Orçamento, Edson Giriboni (PV), abriu os trabalhos da audiência pública para oitiva de sugestões de emendas ao Orçamento estadual 2010. Mais de 100 moradores da região leste da Grande São Paulo compareceram à reunião desta quarta-feira, 12/8.

O presidente da Câmara de Osasco destacou o crescimento da cidade e pediu mais delegacias para o município.

Sapienza informou que a região leste da Grande São Paulo precisa de mais investimentos. O deputado explicou que houve um avanço quanto ao discernimento da população no que se refere à competência estadual. "Em muitas ocasiões alguns participantes reclamavam do salário mínimo, mas hoje as pessoas solicitam recursos em áreas de competência do Estado".

"Democratizar mais o Orçamento, investindo mais na área social", afirmou Tatto, lembrando que é preciso regionalizar a peça orçamentária de forma a aplicar melhor os recursos.

Para Giglio, o saneamento básico é a demanda mais importante de Osasco, além de verbas para a área da saúde. Segundo o deputado, com a expansão da cidade se faz necessária a ampliação do abastecimento de água.

Falta de atendimento oncológico é um dos principais problemas da cidade, segundo informou Marcos Martins. O parlamentar comentou que a permanência da fábrica da Eternit na cidade deixou uma herança de muitos moradores com diagnóstico de câncer, em razão da exposição ao amianto.

Denise Rykala representou os trabalhadores do Centro Paula Souza e pediu maior dotação orçamentária para a instituição. Também servidor público, Gilberto Morais é diretor do Sindicato União dos Funcionários do Poder Judiciário do Estado. Ele informou que o Judiciário deve aos seus trabalhadores mais de R$ 6 bilhões referentes a férias, licença-prêmio e demais benefícios, e pediu dotação de recursos para que o Poder honre esses compromissos.



Manifestações



O direito a moradia, com ampliação de cotas na CDHU para moradores em área de risco, foi defendido por Carlos Ventura Campos, da Central Única das Favelas.

Narciso Favaro, do Orçamento Participativo (OP) de Taboão da Serra, disse que o governo não consultou a população sobre o impacto do construção do Rodoanel. "O governo do Estado presenteou a região com muitos pedágios, mas não concedeu sequer um leito hospitalar para as cidades que ficaram isoladas pelas praças de cobrança", afirmou o professor.

Terezinha da Silva, da Pastoral de Moradias de Taboão da Serra, quer mais verbas para habitações populares, tendo em vista que o Estado já deveria, em sua opinião, ter implantado um fundo da habitação. Além disso, a cidadã quer mais duas delegacias em Taboão da Serra, com os devidos equipamentos e, de preferência, informatizadas. De acordo com Terezinha, as escolas da região também precisam de manutenção e há também a necessidade da instalação de escolas técnicas.



Do Grupo Oncovida, Darcy Santana falou em nome de aproximadamente 300 pessoas portadoras de câncer e que precisam ser transportadas para São Paulo para obter tratamento. "Só queremos um mero espaço físico em Osasco para o atendimento dessas pessoas carentes".

Iracy Coutinho, coordenadora setorial da Macro de Osasco, reforçou as palavras de Darcy, solicitando um centro de atendimento oncológico na cidade.

Josmar Rocha de Oliveira, do centro social da Paróquia Santa Isabel, insistiu na importância do centro de atendimento aos portadores de câncer na cidade, e sugeriu mais cuidado na preservação dos estabelecimentos escolares.

Alenice Abrantes, do OP de Osasco, sugeriu a criação do OP estadual. Saneamento básico foi o foco de sua manifestação.

Coordenador de Gênero e Raça da Prefeitura de Osasco, Luiz Baraúna afirmou que a região tem um PIB alto, mas nenhum retorno dessa arrecadação. Segundo ele, não há investimentos estaduais na cidade, apenas instalação de pedágios. Ele também falou sobre a necessidade de um centro oncológico.



Maria do Carmo Jesus, da Promoção Social de Carapicuíba, reivindicou a construção de uma sede para o Centro de Referência de Assistência Social de Carapicuíba e reclamou que o orçamento para a área social é o menor do Estado diante de uma demanda crescente.

A cidadã Sonia Bulhões Miranda reforçou o pleito em prol do centro oncológico e reclamou da falta de saneamento básico.

Severino dos Santos, da Associação Amigos do Bairro Vila dos Remédios, disse que algumas reivindicações feitas nas audiências anteriores da CFO foram atendidas, como a instalação da Fatec. Ele lamentou que o Estado não tenha instalado nenhuma área de lazer no perímetro entre Osasco e o bairro da Lapa, na capital.



Municipalidade



Professora Márcia, vice-prefeita de Taboão da Serra, lembrou que a região não tem hospitais à altura da demanda, sobretudo para atender acidentados na rodovia Regis Bittencourt. "O Hospital Geral de Pirajussara precisa de mais leitos e tem que ser submetido ao controle social. Se o governo do Estado deixar de gastar em veiculação de propagandas nas emissoras do Nordeste do país, sobrará dinheiro para investir em São Paulo".

Vice-prefeito de Carapicuíba, Salim Reis disse que a cidade tem tantas necessidades que o espaço da audiência deveria ser mais amplo para discutir propostas. Ele declarou que as prefeituras não podem continuar a arcar com despesas afetas ao Estado, como locação de delegacias etc.

Na sequência, muitos vereadores se pronunciaram. Rubens Nascimento, de Osasco, registrou a importância da guarda municipal na cidade e solicitou recursos para reformulação no segmento. Valmir Prascidelli preside a Comissão de Finanças da Câmara de Osasco e propôs que o Estado implante o Orçamento Participativo.

De Barueri, o vereador Gatti informou que sua cidade recebeu material de desassoreamento do Tietê em troca da construção de um parque. "Queremos que o Estado cumpra o acordo e faça o parque".

Aluísio Pinheiro, 1º vice-presidente da Câmara de Osasco, destacou que a saúde é prioridade, o que justifica a implantação do centro oncológico antes mesmo da aprovação do Orçamento 2010. Pinheiro ainda informou que as praças de pedágio no Rodoanel vão provocar evasão de indústrias e consequente desemprego na região.

O 2º vice-presidente, João Gois Neto, falou sobre a questão da Sabesp e dos pedágios. "Fizemos nesta Casa audiências públicas para debater os dois assuntos e as empresas envolvidas não mandaram representantes para falar com a população".

O 4º secretário da Câmara de Osasco, Fumio Miazaki, ressaltou que o IPVA foi criado para gerar investimentos na malha viária e hoje, além do imposto, o cidadão paga pedágio. Miazaki quer um porto seco na cidade, uma vez que Osasco é servida por várias rodovias.

A vereadora Ana Paula Rossi, de Osasco, quer a implantação no Hospital Regional de Osasco de atendimento especial a vítimas de violência sexual " crianças e mulheres. Segundo a vereadora, Cotia e Itapecerica da Serra já contam com esse serviço. Ela integra movimento contra pedofilia e pediu a implantação na cidade de delegacia especializada em atendimento a crianças e adolescentes.

Antonio Sá, vereador de Osasco, solicitou recursos para implantar serviço de hemodinâmica no Hospital Regional, Centro de Referência de Oftalmologia e uma unidade do Ambulatório Médico de Especialidades (AME). Para esta última reivindicação, segundo o vereador, falta apenas o município ceder o terreno para que a instalação seja feita.



As próximas reuniões da CFO acontecem na Câmara Municipal de São José do Rio Preto, no dia 14/8, a partir das 10h, e na Câmara de Catanduva, a partir das 16h, no mesmo dia.

Vale destacar que a audiência pública na Câmara de Ourinhos foi transferida para as 10h do dia 20/8, quinta-feira. BC