DA REDAÇÃO Promovido pelo deputado Nivaldo Santana (PCdoB), o ato público "Retrato da Exclusão do Negro no Brasil" foi realizado nesta terça-feira, 13 de maio, quando a abolição da escravatura completa 115 anos. Mais de um século depois, a mídia constata que a condição do negro ainda beira a escravidão, uma vez que matéria publicada nesta terça-feira, pela Folha de S. Paulo, constata que os salários dos negros são, em média, 50% mais baixos que os recebidos pelos brancos. Esse quadro leva grupos de movimentos negros a afirmar que o 13 de maio é dia de luta, não de comemorações.Segundo Nivaldo, esse é um dos indicadores econômicos e sociais que apontam a grande desigualdade da comunidade negra na sociedade brasileira. "Os negros têm menor escolaridade, empregos com menor qualificação e são a maioria entre os desempregados e isto é uma herança da escravidão, agravada por uma situação de preconceito e discriminação que ainda existe no país."Para o deputado, a reversão desse quadro só será possível com dois componentes básicos: a luta pela igualdade social e as políticas afirmativas.Esteve presente Simone Diniz, vítima de racismo, que teve a denúncia contra um anúncio de um grande jornal levada à Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA. O classificado solicitava uma empregada doméstica, 'preferencialmente de cor branca'. Ao ligar para a contratante Aparecida Gisele e informar que era negra, Simone foi dispensada sob a alegação de que o critério cor da pele era importante.Também participaram do evento os deputados do PT e do PSDB, os convidados Hélio Santos, Maria da Penha Guimarães, da Comissão do Negro - OAB/SP, e Maria Dirce Pinho (Dida) do movimento "Fala Preta!" e representantes dos movimentos União de Negros pela Igualdade (Unegro), Comissão do Negro e de Assuntos Antidiscriminatórios da OAB/SP, do Departamento Jurídico do Instituto do Negro Padre Batista e do Grupo de Negros e Políticas Públicas da Assembléia paulista.Após o ato, foi distribuído material que contava com cópias de artigos sobre o retrato do negro no país, um livrete da II Mostra de Cultura Afro-Brasileira e letras de músicas sobre racismo (confira a que destacamos no box).BOXA carne(Marcelo Yuka, Seu Jorge e Wilson Cappellete)A carne mais barata do mercadoÉ a carne negra A carne mais barata do mercadoÉ a carne negraQue fez e faz históriaSegurando este País no braço (meu irmão)O gado aqui não se sente revoltadoPorque o revólver já está engatilhado E o vingador é lentoMas muito bem intencionadoE esse País vai deixando todo mundo pretoE o cabelo esticado Mas mesmo assim ainda guardo o direito De algum antepassado da corBrigar, sutilmente, por respeitoBrigar, brancamente, por respeitoBrigar por justiça e respeitoDe algum antepassado da corBrigar.