A Frente Pró-Envelhecimento Saudável, coordenada pela quarta secretária da Assembléia, Maria Lúcia Prandi, realizou audiência pública nesta quarta-feira, 23/5, para discutir a violência contra o idoso e soluções para o assunto. Participaram do evento representantes da Pastoral e da Federação dos Aposentados e Pensionistas do Estado de São Paulo e outras entidades que lutam em defesa desse segmento.A deputada Maria Lúcia Prandi fez um desabafo a respeito de uma discussão ocorrida antes da reunião na Comissão de Educação da Alesp. Segundo a parlamentar, ao insistir na vinda da secretária da Educação estadual, Maria Lucia Vasconcelos, à Casa para explicações sobre encerramento de programas como o Escola da Família, Prandi teria sido qualificada como cruel por querer a presença de alguém que se encontra doente. Esclarecendo que desconhecia a doença da secretária, a deputada insistiu que há alguém responsável no lugar da secretária de Educação e, se ela não pode comparecer, o governo deveria, de toda forma, enviar o responsável, pois entre as atribuições constitucionais dos deputados está a fiscalização do Executivo. A palestrante Maria Elisa Munhol, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos do Idoso da OAB " seção São Paulo, enfatizou a necessidade de mudanças no comportamento de toda a sociedade em relação ao respeito devido às pessoas da terceira idade, mas também no do próprio idoso na defesa de seus direitos. "Temos que nos posicionar, que reivindicar o respeito que merecemos, sem nos deixar intimidar", disse ela. Munhol afirmou também que é na família que acontece a maioria dos casos de violência, incluindo maus-tratos, tortura psicológica, abuso sexual, espancamentos, a recusa dos recursos para manutenção da vida e da saúde e toda sorte de violência contra as pessoas da terceira idade, ao contrário do que as pessoas geralmente supõem acontecer .A educação da infância e da juventude para que se estabeleçam relações de respeito com seus parentes e outros idosos, e a defesa desses direitos com vistas ao próprio futuro mereceram também destaque nas colocações feitas pela advogada.A deputada Prandi foi solidária às afirmações da advogada, e ressaltou que há um viés neoliberal na discussão dos direitos dos aposentados, com ênfase na necessidade de haver previdência privada. "Se a previdência privada dá lucros aos bancos, por que não poderia o Estado administrá-la com equilíbrio?", questionou.